Aonde iremos chegar?

Aonde iremos chegar? Tudo está em rumo a uma desordem, numa primeira vista, organizada. O “eu” é cada vez mais importante, conseqüentemente, o outro, menos. Isso vem ocorrendo tão freqüentemente que talvez o que vem a seguir, nem pareça uma estória, é até bom prevenir usando aquele chavão das novelas: Qualquer semelhança com a vida real terá sido mera coincidência...

Chegará o tempo em que roubar já não será grande coisa, corre-se o risco até de que o ladrão obtenha reconhecimento. Entre eles o assunto será: _ Ontem tive um dia bom, nem a arma eu usei e a velha já foi passando a grana!

_ É, você estava no lugar certo, na hora certa e isso é um dom de poucos.

Poucos, era um modo de falar, um jeito de elogiar o amigo durante uma conversa infernal, ops! Informal, digo!

No jornal haveria classificados do tipo: Aprenda a arte do roubo; Como se dar bem sem correr risco; Roubo, um negócio milionário. Para aqueles menos propícios ou quem sabe sem talento para a arte haveria anúncios do tipo: vítimas não precisam entregar tudo; os segredos para ser roubado em estilo; até quando você será a vítima, invista em você!

Haverá muitos trabalhando em dois empregos, pela manha advogado, à tarde ladrão; políticos, homens estudados e que aproveitam as oportunidades, estarão no ramo também. Logo haverá pessoas com dois empregos e a brilhante idéia de exercê-los ao mesmo tempo. Tais pessoas se destacarão por fazer dinheiro aproveitando o tempo, além de serem nomeados com o título de ambas as profissões, teremos advogados ladrões, políticos ladrões, banqueiros ladrões etc.

Coitados daqueles que não se modernizarem, aqueles que serão simples ladrões. Esses terão de se conformar com pequenos roubos, vítimas difíceis e muitas vezes pobres, correrão o risco até de ter que abandonar a profissão para tentar trabalhar para alguém com um empreguinho que mal paga os gastos do mês.

Enquanto essa época não chega, ainda podemos nos preparar e cuidar com o nosso egoísmo, não a fim de evitar tais acontecimentos, mas para, pelo menos, dar o exemplo e ter a certeza de ter a felicidade por merecimento.