"AOS BUNDÕES" : UMA BOCA NO TROMBONE

Eu pretendia escrever um artigo mas já sinto que mudei de ideia porque não me bastaria aqui eu apenas expor fatos que já são mais que públicos.

Na sexta- feira passada, bem cedinho quando abri o computador, eu já havia me deparado com o vídeo da professora Amanda, a já ilustre "menina -mestra" lá do Rio Grande do Norte cujo vídeo explodiu na mídia depois dum seu desabafo brilhantemente consciente e bem defendido sobre o caos da educação brasileira, nada que não soubéssemos, porém, algo que com muita propriedade e coragem foi falado pela pessoa certa, da maneira certa, na hora certa e mais que isso, hilaricamente no local certo. Aliás, que português magnífico, hein? Professora, fuja do MEC!

E claro, sob o título "estou sem palavras" eu imediatamente compartilhei o vídeo com meus amigos da rede social da qual faço parte.

Acredito muito no poder da rede para as causas nobres.

Porém, aqui devo dizer que estou feliz. Feliz porque desta vez não é uma bunda do BBB que explode na mídia, ou uma baixaria qualquer da novela que corre os sites afora sem nada nos agregar aos cidadãos.

Desta vez foi a voz de retumbância não solitária de alguém muito jovem e inteligente, que está nas salas de aulas desacreditando (mas não tão ceticamente) que a educação salvará o nosso pais.

Confesso que, às vezes, eu que observo muito porque gosto de escrever sobre ciências e comportamento humanos, vivo a me perguntar quem daria jeito no nosso país.

Por onde começar. Quem começaria? Quando começaria?

Sei que posso parecer uma chata, mas é verdade, eu me pergunto mesmo, de verdade, porque no meu dia a dia também vivencio situações que até Deus se assustaria.

Pois bem, ela falou. Falou dum jeito tão simples e tão complexo, tão sério e tão despojado, às vezes ironica e pontualmente debochada que já não tenho mais dúvidas: quem dará jeito no nosso país será a juventude de jovens bem educados. Não há outro caminho.

Alguém poderá dizer que serão os políticos futuros e daí um outro alguém argumentará o que sempre se argumenta..."mas se os políticos saem do povo..." Pois bem:

Há na Bíblia, e aqui não estou pregando religião, estou apenas citando o sábio livro mais lido do mundo, não sei se é nos Sermões de Cristo ou nos Provérbios, um texto que nos ensina que o que será cobrado será daqueles que mais sabem, dos que têm o poder e a consciência dos atos. Vixi! O que vai ter de gente tendo que explicar...o que nunca nos é explicado...tanta usurpação...

Portanto, eu acredito que a culpa da nossa atual situação não é do povo ingênuo não, que de fato vota mau, sem consciência, ao toque da carruagem da mídia, e sim dos que nitidamente manipulam a ingenuidade e a ignorância a mantê-las num patamar insustentável para o desenvolvimento social, a tão somente favorecer a corrupção dos meios e dos valores.

Mas o que me alegrou na professora é que ela é o símbolo do quanto um jovem bem conduzido na vida, pela educação, pode mudar o rumo duma história! Aí é que mora o perigo!

O aplauso efusivo (da Nação!) ao seu discurso provou que o sentimento se acumula anonimamente no coração de cada um de nós.

A repercussão avassaladora do vídeo nos mostrou este fenômeno.

Não é necessário cabelos brancos par se desenvolver uma postura séria e madura frente aos tantos desmandos políticos que ocorrem sob os nosso narizes. Narizes que pagam impostos altíssimos pelo que também não levamos de primordial: uma boa educação.

Deixo aqui, sinceramente, um coração pulsando muito alegremente, feliz pela atitude nobre daquela jovem criatura de acurada visão e de ampla emoção. Uma guerreira da educação.

Há muito tempo que um acontecimento não abalava o meu ceticismo frente a tantas cadeiras poderosas ocupadas por tantos bundões inépcios. Com desculpas pelas parcas exceções.

Começo a acreditar na força da Democracia e penso que os tantos maus políticos deveriam começar a se preocuparem com as grandes causas, porque a sociedade tem ocultos sentidos. E mostrou que quando quer pode botar a boca no trombone das nobres causas.

Foi o que aprendemos do recente fato.