NÉCTAR DE SOLIDÃO...

Como falar da vida sem lembrar a morte da vida em vida ?

Explicar o amor que se finda em apenas um coração que se nega/luta/reluta e se despedaça tentando se reintegrar na despedida é uma missão para lá de impossível .

Justificar a saudade em plano/pano de fundo ? Não é tarefa das mais fáceis, mas não dá para separar amor de dor, não dá para não falar de sofrer quando se pensa em amar / amor.

A saudade é uma espécie de deusa de éter desvanecida que nos ronda e nos rende,nos consola na angústia de amar o amor,que (in)justificavelmente contraria a regra do sentimento que ensina emocionalmente que não há necessidade de início,meio e fim.

Mas na verdade a solidão que vive demais em nós mesmos, se une a saudade ,para que juntas venham a formar a parte mais fragmentada e talvez, paradoxalmente mais íntegras que podemos ter

o nosso próprio eu.

Não saberia definir amor, sem ter me arriscado a amar, sem sentir o aroma da brisa fresca das madrugadas nascendo do mar, sem perceber o som das estrelas pendentes do firmamento, sem avistar o colorido das nuvens e espumas no universo dos amantes, entre taças de vinho e chama de velas...

... sem ver lágrimas embaçando as vidraças do quarto e da alma.

Amar é doer-se/morrer aos poucos na alegria efêmera do gozo ou afogar-se nas lágrimas da alma enlutada,mas de amor... só podemos saber quando/enquanto amamos.

Mas ausência e saudade unidas em único gole da mesma taça,nos servem do néctar da solidão.

E das palavras que jamais queremos deixar de falar,paradoxalmente parece ser exatamente aquela que falamos á cada novo dia, a verdade da alma refletida em nossos riscos/rabiscos cotidianos,que rascunham o que queremos que venha a ser nossa melhor obra: nossa vida.

Obs. Essa crônica reune pequenos comentários que fiz na página de maravilhosos poetas/poetisas do RL que engrandecem de forma sublime a minha alma que encontra em tantos talentos paz para a alma e conforto para o coração. A todos meu afeto sincero,meus parabéns e meus humildes aplausos. E meu muito obrigada pela existência de tantas almas de luz.

Márcia Barcelos.

23/05/2011.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 23/05/2011
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