COMO DEVO REZAR?

Fui criado por família católica, estudei em colégio Salesianos no ginásio, nunca ninguém me obrigou em religião a me comportar dessa ou daquela maneira. A educação convencional de outrora foi a que tive.

Resisti a práticas institucionais quando novo, não as frequentava. Amadurecido, exerço segundo meu entendimento, sem sectarismo, minha religiosidade ritualística.

Depois de sessenta anos de profundos estudos de todos os níveis em razão de lidar com conflitos de interesses, deles sendo árbitro e consultor, de não desperdiçar um só minuto possível de leitura, de tudo que se possa imaginar, de física às artes da qual sou um cultor e até colecionador, ainda que minhas atividades profissionais desses conhecimentos gerais não necessitem, de abraçar a história humana e rodar o mundo permanentemente por curiosidade intelectual, vendo de perto tudo que sempre me instigou, de forma a melhorar meu universo potencial de entendimento, que continua diminuto e apequenado, vejo alguém “privilegiado”, tentar me “ensinar” como Deus “gosta de ser tratado” em texto que postei a quem traçou meu caminho de fé, a Virgem Maria.

Recebo com respeito tudo que me dirigem, mas tenho o direito universal, não só constitucional, de me manifestar em oração e homenagem religiosa como me apraz, simplesmente ou ricamente, sob abrigo do vernáculo.

E quem me protege por fé pessoal, merece os maiores ornatos e atavios de meu pobre português, deficiente para o que queria explicitar e meu coração não expande na conformidade da linguística.

Na idade madura e por razões pessoais, tive o privilégio de escrever um livro, entendendo que das incontáveis páginas que produzi constando de livros em geral e monografias, na minha vida como pessoa ligada ao ato de escrever, nada foi mais expressivo e, creio mesmo, ter nascido para escrever estas páginas, “A Inteligência de Cristo”.

Foi um lacre definitivo entre meu interior e a forma de reconhecer nossa existência diante de Deus, no plano transcendental que entra em simbiose com a fenomenologia da causa eficiente.

Não tenho, contudo, sem me comparar, logicamente, como não tiveram Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e tantas outras genialidades, a possibilidade de interlocução com Deus, de forma a saber como Ele “gosta de ser tratado”, com qual manifestação de linguagem, simplória, simplista, pobre ou rica.

David, o Rei David, e seu filho Salomão, este em sua sabedoria, trataram a Deus inigualavelmente em sua lingua, o Deus que lhes deu sabedoria, e foi só o que eles pediram, vindo-lhes daí o mérito, e a excelência em pensar.

Para mim basta o entendimento do que sou, uno com tudo e todos e filho dessa força criativa chamada amor que anda de braços com a bondade, irmã da caridade. Como devo rezar só eu sei, de qual forma devo expressar minha fé publicamente, só a mim diz respeito, mas sei, também, que o alcance de Deus está próximo de mim e longe de saber como “Ele gosta de ser tratado”.

.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/05/2011
Reeditado em 21/05/2011
Código do texto: T2983166
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.