O ARCO ÍRIS
Quando a tempestade passou, felicidade e esperança ficaram no ar.
O sol luminoso, o céu azul brilhante com pouquíssimas nuvens brancas, deixou a atmosfera com a maravilhosa sensação de bonança.
A natureza parecia em festa, as plantas brilhavam transmitindo muita alegria.
Um arco íris deslumbrante marcou o firmamento.
Extasiado contemplava a perfeição das cores.
Gabriel com os olhos brilhando me pergunta:
_ Vô, foi o Papai do céu que fez o arco Iris? - Respondi: _ Sim –
Gustavo também com brilho nos olhos, questiona: _ Papai do céu é que fez todas estas cores? -
Compreendendo que as crianças na sua inocência e pureza enxergam muito além da minha visão, respondi:
_ Papai do céu fez todas estas cores e formou este arco maravilhoso para nos lembrar do amor que ele tem por nós. –
Os meninos falaram juntos: _ Mas é muito lindo.
Ficamos um bom tempo contemplando e nomeando as cores.
Então falei: _ Dizem que no fim ou começo do arco íris tem um tesouro. –
Eles curiosos, me perguntaram atropelando as palavras; _ Um tesouro Vô? E como é esse tesouro?
Expliquei: _ Na verdade ninguém sabe, uns dizem que é historia do povo, outros dizem que são pepitas de ouro. -
Perguntaram: _ Como assim Vô? Ouro igual às alianças da mamãe e do papai?
Falei; _ Acho que sim. -
Gabriel depois de fazer um breve silencio, pediu:
_ Vamos ao começo do arco íris para encontrar este tesouro?...
Lutei contra os meus conceitos de impossível, entendendo que no mundo infantil não existem o improvável ou irrealizável, respondi convicto; _ Vamos.. -
Eles fizeram uma pequena festa e cantaram:
_Vamos encontrar o tesouro do arco íris.. Vamos encontrar o tesouoooro.-
Os dois cachorros de porte médio do amigo Sr Leandro, o Pit e o Branquinho.
Contagiaram-se com a alegria das crianças e resolveram nos seguir.
Estampavam nos focinhos e olhos a alegria de quem vai a uma grande aventura.
Seguimos uma trilha no meio do parque em direção ao inicio do belíssimo arco íris.
A natureza em festa parecia que nos saudava.
Borboletas de cores luminosas esvoaçavam à nossa volta.
O capim e as plantas que as crianças tocavam, respondiam ao carinho, emitindo perfumes do mato.
A grama ainda úmida brilhava com a luz solar, causando a sensação que caminhávamos sobre um tapete brilhante.
O canto das cigarras, os meninos cantando, e outros sons do mato embalavam nossa caminhada.
Branquinho e Pit os dois cachorros, felizes saltitavam em torno de pequenas árvores.
Quando terminamos uma pequena subida e começamos a descer.
Gabriel gritou bem alto. _ Olha Vô, o tesouro do arco Iris!
Gustavo também gritou: _ Veja Vô , è igual ao ouro!
Procurei esvaziar minha mente de qualquer trava.
E aos poucos visualizeis cores intensas e incomuns em torno das plantas.
Fiquei boquiaberto com a beleza das cores.
Um arco íris jamais visto por meus olhos inundou a planície.
Percebi que eram flores, que formavam faixas do arco íris,
Bem no meio se destacou uma pequenina montanha amarela faiscante.
Abobado, de mão dadas com os meninos segui em direção à pequena montanha.
À medida que seguíamos, o vermelho nos tomou totalmente, depois o laranja.
Quando nos aproximamos do amarelo, varias crianças apareceram dando as mãos aos meninos e brincando com os cachorros.
Rodearam-me, procurei agir com naturalidade e respirei fundo para manter o equilíbrio
Minhas pernas tremiam de emoção.
Fiquei meio zonzo com a beleza das crianças.
As risadas infantis encheram de ternura a atmosfera.
Não consegui me manter de pé e sentei na grama.
Não sabia se apreciava as crianças ou as flores amarelas faiscantes.
Gustavo e Gabriel vieram me apoiar dizendo.:
_ Viu Vô, o tesouro são flores amarelas.
Uma menina do tamanho deles se aproximou e falou com uma voz doce e feliz
_ Estas flores acompanham o arco íris.
Depois vamos ver as flores das outras cores, azul, verde, anil e violeta-
Fizeram uma roda e começaram a cantar uma canção desconhecida.
Fiquei admirado, na canção não havia palavras articuladas, somente sons, e meus netos a conheciam muito bem.
Fiquei a me perguntar... _ Como sabem esta canção?
Deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto.
Olhei para o céu azul e agradeci ao Pai Celeste a felicidade, de por instantes viver a magia do mundo infantil.
Assim conhecer o tesouro no fim do arco íris.