SÁBIOS ENSINAMENTOS PARA AS MULHERES
Que culpa há por se achar incompleta se não possuir um parceiro para lhe dar amor e sexo? Foi educada para tal. Arranjou e um dia ele partiu ou poderá partir. E aí? Restarão ressentimentos, mágoas, baixa auto-estima, sensação de que não foi boa o suficiente para manter a relação, frustração e tristeza. O mundo vai parecer que desabou ou desabará. Crê que não haverá outra chance de ser feliz e sua vida acaba ali ou já havia acabado há muito. Será que é incomum este quadro? Vê-se muito mais do que a imaginação supõe.
Segundo o psiquiatra e terapeuta sexual Albert Ellis, “as “mulheres têm desmedido talento para ignorar aspectos negativos na pessoa que desejam; e um jeito para procurar a mesma espécie de pessoa que sua experiência passada indica ser má escolha”. Repete porque seu inconsciente registrou traços significativos em seu processo de identificação e vai buscando os mesmos dados em quem estava “determinado” para lhe completar. Sabe que comete os mesmos erros e não consegue quebrar a repetição. Vão se doando e recebendo muito pouco como retorno, o que as deixa muito insatisfeitas. De longe se questionam: o que fazer com o resto das vidas que restam?
Ellis escreveu o livro ”Sexo sem culpa” em 1963; quase 50 anos atrás e estava acima do tempo, ou até mais, porque ainda encontramos mulheres que atrelam sua felicidade, sua vontade sexual à do seu companheiro ou esposo. Já dizia o terapeuta: “As mulheres têm tanto direito à satisfação sexual quanto homens...”.As repercussões deste livro, na época, foram marcantes, ajudando muitas a questionarem, repensarem seus comportamentos e sentimentos, inclusive redefinindo suas relações em termos de amor e sexo.
O que propõe Ellis?”Podem deixar de ser fantoches, movidos pelo outro; dá a elas a tecnologia para cessar sua dependência e sua excessiva necessidade de agradar os outros. Adverte-as para que não caiam na cilada de aparentar desamparo, de sempre cuidar dos outros e não de si próprias... e que, frequentemente, há desprezo por parte do homem a quem a mulher permitiu usá-la como um capacho”. Para obter mudanças, faz uso da Terapia Racional Emocional, substituindo os “scripts” destruidores do prazer.
Não há “pregação” ou terapia para destruir casamentos, pois há muitos que, mesmo com os altos e baixos, normais em quaisquer relacionamentos, valem repensar atitudes e tornar a vida juntos satisfatória e interessante. O terapeuta orienta, também, como conservar seus homens no casamento. Fala para as mulheres que se sentem em desespero, desiludidas, infelizes e o sofrimento pressionando para perderem a vitalidade para as coisas boas que acontecem. Dirige-se para as que estão presas na “armadilha” da relação e sem forças para tomarem posses de suas únicas vidas.
Como criar coragem para enfrentamentos sociais? ”A sociedade ensinou-nos muitas regras que seria melhor começar a ignorá-las”. Continua com seu proveitoso escrito: ”...Trabalhamos em base diária contra nosso auto-rebaixamento, terror de rejeição, desesperada necessidade de um parceiro, hostilidade e censura quando não conseguimos o que desejamos, o mundo será nosso com ou sem um companheiro”. Acrescento: a nossa vida e o nosso destino estão nas nossas mãos, para manter ou modificar as escolhas, usando da sensatez com o coração e a razão.