MAIS UMA CRÔNICA
No domingo, dia quinze de maio de 2011, amanheceu um sol radioso. Um belo domingo solar, desses que se pode ir à praia e até limpar a vista com a mulherada e beber uma cervejinha e comer um caranguejo. Não era um domingo pra se ficar em casa, dormir até mais tarde, quedar-se na janela vendo a vida passar. Entanto, tudo isso me chamem a atenção, me implorem, me supliquem para que eu saia por aí e encontrar amigos pra bater papo e esquecer a dureza realidade. Mas prefiro ficar em casa, calmo e quieto feito um monge.
Deixe a vida me levar assim mesmo, onde posso hoje, estar calmo e quieto, cá no meu cantinho, mas jamais triste. Hoje não tenho motivos nem razões de entristecer de repente. Tenho que ficar no meu lugarzinho de sempre pra rever minha estante, meus livros e terminar de ler “O Caçador de Pipas” – Khaled Hosseini, que no capítulo dois me fez lembrar a longínqua infância ou os pecados juvenis da adolescência que ficam gravados a ferro e a fogo em nossa memória e no nosso sofrido coração da gente. Essa brincadeira de mau gosto que Hassan fazia eu também praticava, que era ficar chateando os vizinhos, usando um caco de espelho para mandar reflexos de sol para as suas casas.
Escrevo mais uma crônica, é porque estou vivo. Quieto como quem espera e sabe que alguém chegará. E junto ao computador começo a tecer o agora, porque o futuro pertence a Deus. Súbito, me assoma a frágil ideia de que mais dia, menos dia, também farei parte da confraria dos esquecidos.