O PENICO DOS ANJOS
Enquanto os deuses se deleitavam em uma guerra de asteroides, inundando o espaço sideral com o que hoje chamamos de planetas, luas e sóis, preocupados em construir um lugar habitável para os seres vindouros, nós, os seres humanos, nem éramos ainda parte do projeto de tão iluminadas criaturas.
Foi nesse tempo, que tendo concebido o planeta terra, o criador, exausto, pôs-se a descansar, enquanto os anjos, ainda pequenos, criaturas a seu bel prazer, brincavam pelo infinito. Tamanho foi o assombro do construtor universal ao acordar e ver que a terra era vista lá de cima como um planeta azul. Havia sido criado o mar, o mar que renovaria a todo instante a vida na superfície da terra, de onde viria todo o oxigênio para manutenção da sobrevivência dos seres que ali pudessem habitar.
Não recordando ter ali colocado tal líquido, mas encantado com tão rara beleza, pôs-se Deus a desvendar tal enigma.
Por noites e noites vigiou, até que certa noite de lua cheia, quando os anjos ingenuamente brincavam novamente pela galáxia, na espreita, Deus os ouviu dizendo:
— Tudo bem, mas hoje urinaremos sobre Marte!
Saulo Campos
Itabira MG