O SAL DAS VIRTUDES: DEMÔNIO

O SAL DAS VIRTUDES: DEMÔNIO

Onde há pecado já foi virtude. Reportando a máxima de que oposto se atraem. Como também é verdadeiro que se há pecado obrigatoriamente há pecador. Levando a redundância de que o pecador se auto nomeia, da regra básica que para cada ação uma reação. Não é o caso.

Para facilitar, quando complicar é bola da vez, enunciaremos virtudes, pecados e pecadores correlacionados e correlatos.

Por ordem crescente de santicidade as virtudes sagradas são enganosas, pois cada pecador, usufluindo do livre arbítrio pode trocar esta ordem, ou mesmo relegar ao diabo que carregue!

O Doidivânio na sua castidade, virtude que se opõe ao pecado da luxúria, manda tudo a puta que pariu. Não sabe e nem quer saber que o demônio Asmodeus é o pai da referida luxúria.

Sua generosidade se opõe ao pecado da avareza. E daí? O Doidivânio se auto define como uma avaro. Quem somos nós para contradizer? Se imputam que o demônio Belzebu governa a avareza; o que temos com isso?

Temperança não é uma virtude que o Doidivânio pratica, até por que é guloso. Não manda recado, diz ali na buxa: Mammon o demônio dos golosos é seu amigo e exemplo a ser seguido.

Diligência é uma palavra que não consta do seu vocabulário. Se o bom é curtir uma preguiça relaxada. E Belphegor o demônio dos preguiçosos ninguém conhece e não quer conhecer.

Sua paciênca é curta, portanto o pecado da ira o Doidivânio pratica a revelia de Azazel, o demônio dos irados.

Está aí uma virtude notável no Doidivânio, a caridade! Se bem que o pecado da inveja o atrai. Se o demônio Leviatã vigia a mão direita para não dar nada mais que a esquerda, é problema dele. O verbo dar não é conjucado no gorobixabês dele.

Humildade! É fruta? Come-se com chocolate? Bebe-se quente ou frio? Ele se pergunta. E arrota soberba, a paixão maior do demônio Lúcifer.

No que tange aos já referidos demônios por exclusão todos são repelidos com exorcismo, que é outra coisa de somenos para Doidivânio, que acredita possuir os poderes de controle do bem e do mal à revelia destes.

Já esteve infestado por espíritos malignos, hoje tira de letra estas entidades arcaicas e antiquadas. Tanto que padres católicos procuram-no para expulsar demônios de vítimas inocentes, na concepção da igreja católica.

Seus rituais de expulsão são três métodos diferentes e distintos. No primeiro ele apela para o exorcismo batismal, que nada mais é do que abençoar a vítima com o batismo, purificando-a antes de cometer o pecado original. Purificação está levada a efeito com boa dose de água salgada goela abaixo e umas tantas palmadas nas nádegas do infeliz a ser purificado.

No segundo método há a flagelação do infestado, no que consiste em bater-lhe com chicote ou algo similar até o demônio deixá-lo em paz. É chamado de exorcismo pela pancada. Às vezes este método não traz resultado. É quando o soneto fica pior que a emenda. E a encomenda de cianeto entorna o caldo.

No terceiro e último método, chamado de exorcismo real, o LULO, o rei dos demônios simplesmente ordena-lhes para deixar livre o ser com a possessão diabólica. Se estes lhe obedecem é ótimo; se não...

Vamos deixar claro que o exorcismo não acontece apenas no catolicismo. Outras seitas cristãs, outras religiões e outras culturas têm seu próprio modo de "expulsar o demônio". Alguns simplesmente usam a cenoura no orobó.

O exorcismo vem da necessidade de se ajustar o indivíduo ao seu meio de vida, no que concerne ser feliz e deixar os outros o mesmo prazer. E um ser humano possuído por demônio é considerado ignóbil e desestabilizado socialmente. Para não dizer um tresloucado fazedor de estripulias.

(novembro/2000)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 20/05/2011
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