E SIGO EU NO CAMINHO DAS MINHAS PERDAS”
 

Diz a canção: siga o rio . E eu sigo, porque o rio conhece o caminho. Diz o poeta: “ Na dor acumulada e na fadiga rotineira, ensaio os meus passos no caminho das minhas perdas”.


Chove por aqui...É tudo tão calmo , tudo corre bem e passa uma sensação de paz. E eu me pergunto: por que o desconforto? A impressão que eu tenho e por mais paradoxal que parece, quando tudo vai bem, com certeza, alguma coisa está errada. A sensação de paz angustia, a calmaria mexe com os nervos .


E neste pensar vadio, sem nada o que fazer, nem pregos nas paredes, que não são antigas, para contá-los e imaginar quais foram de cada um a serventia. A casa é nova, conheço as mãos que puseram cada um em seu lugar. O imaginário não funciona, não existem sombras, é tudo tão claro, nem assombração de outro mundo aparece. A única assombração sou eu mesma, que me arrasto escada acima, escada abaixo, à procura de não sei quê; talvez de um sótão ou de um porão..., não sei se foi num desses lugares que deixei um baú velho e dentro dele  a tranquilidade que perdi.

 
PS: a citação feita está contida no livro “Inquietudes” do poeta/escritor Valério Mesquita.
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 19/05/2011
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