CRÓNICA DUM HOMEM DISFARÇADO
Eram 4 horas da manhã. Eu cheio de insônias. Porém,´não conseguia dormir, como braços abertos de árvore. No entanto passei a noite em branco como uma escuridão iluminada. Toda a noite a pensar... no meu futuro ,depois eu pus-me a ler o Homem Disfarçado de Fernando Namora. Quando dei por mim, as horas voavam como asas de pássaros. E nas asas de Vento, eu espreitava como o Vento espreitava o Sol.
A noite já andava alta, e numa corda de luz, eu continuava a ler sem parar.
" Era um tal silêncio, que até se ouviam as ervas crescer".
Ao mesmo tempo, também me punha a ler o Fado Alexandrino de Lobo Antunes e um poema de Fernando Pessoa. Não ouvia Yesterday, porque não tinha giradiscos, nem discos, mas ouvia cantar dos pássaros e o chorar das fontes.
E assim terminei o meu dia, escrevendo, falando esta pequena crónica que sou um homem disfarçado.
LUIS COSTA
13 de Março de 2001