CRÓNICA DUM HOMEM DISFARÇADO

Eram 4 horas da manhã. Eu cheio de insônias. Porém,´não conseguia dormir, como braços abertos de árvore. No entanto passei a noite em branco como uma escuridão iluminada. Toda a noite a pensar... no meu futuro ,depois eu pus-me a ler o Homem Disfarçado de Fernando Namora. Quando dei por mim, as horas voavam como asas de pássaros. E nas asas de Vento, eu espreitava como o Vento espreitava o Sol.

A noite já andava alta, e numa corda de luz, eu continuava a ler sem parar.

" Era um tal silêncio, que até se ouviam as ervas crescer".

Ao mesmo tempo, também me punha a ler o Fado Alexandrino de Lobo Antunes e um poema de Fernando Pessoa. Não ouvia Yesterday, porque não tinha giradiscos, nem discos, mas ouvia cantar dos pássaros e o chorar das fontes.

E assim terminei o meu dia, escrevendo, falando esta pequena crónica que sou um homem disfarçado.

LUIS COSTA

13 de Março de 2001

TÓLU
Enviado por TÓLU em 19/05/2011
Reeditado em 19/03/2017
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