UMA ODE A DEPRESSÃO

Todos falam mal de ti Oh depressão ingrata que nos ataca de madrugada nos fazendo perder o sentido da vida e não querer mais viver.

Mas o que seria de nós não fosse o infortúnio da Vossa Existência miserável e famigerada?

Qual graça teria em ter tudo o que queremos e conquistar tudo o que almejamos? Qual satiafação teríamos em ter o que temos não fosse nossas decepções e tristezas por aquilo que não conseguimos alcançar?

A vida não seria feita assim de momento de felicidade, quando você adormece ou resolve dar uma trégua na batalha que cotidianamente trava contra todos nós.

Aqueles momento de contetação, de prazer, de euforia, não sobreviveriam sem a sua existência áspera que teima em arranhar o nosso coração com dureza.

Oh depressão ingrata. Aquela que nos fazer perder o sono ou não querer dormir. Não fosse tu escolhida para ter esse triste destino o que seriam dos autores de auto-estima? dos psicólogos, psiquiatras e tantos outros psiques que existem por ai?

O que seriam das motivações espirituais, emocionais não fosse você a abalá-las em profunda confusão?

Não, não há que se renegar a sua existência ou amaldiçoar a sua presença quase que onipresente nos seres humanos. Há que se produzir uma ode a teu respeito, porque mesmo com este destino ingrato que lhe foi imposto, nos faz valorizar aquilo que temos de bom nos momentos que a lucidez retorna a nossa alma e nosso corpo reage como deveria.

Oh depressão injusta que não nos poupa das perdas e da solidão

Oh depressão ingrata que nos machuca e nos prosta no chão mesmo quando não temos mais forças para tentar lutar

Oh depressão cruel, que nos fere nos afastando de quem amamos e nos tornando seus alvos frágeis e fáceis de serem derrotadas

Salve a ti, Oh depressão. Que sucumbe os fortes e os fracos, os ricos e pobres, homens e mulheres de todas as idade e todas as classes

E se o mundo ainda tem algo de felicidade, é porque você permite que os homens se sintam assim antes de vir pousar as suas asas novamente sobre eles.

Três salvas de vivas para a depressão