DIREITO DO SER HUMANO SEJA ELE QUEM OU O QUE FOR

A Policia Militar tem a árdua missão, dentre muitas outras, de proteger o cidadão dele mesmo, ou seja, é a luta do homem contra o homem contando com outro homem para evitar o conflito. Como disse Tomás Hobbes em frases célebres: "Homo homini lupus", o homem é o lobo do homem; "Bellum omnium contra omnes", é a guerra de todos contra todos, e muito, além disso, todos devem ter os seus direitos humanos respeitados seja marginal ou cidadão e claro o policial.

Vivemos no país do politicamente correto. Pensando bem, como nos ensina João Ubaldo Ribeiro, quem quer ser politicamente correto cem por cento é melhor não falar nada, porque tudo pode ser levado na conta de politicamente incorreto.

Nesse sentido, a linguagem politicamente correta é a expressão do surgimento na cena pública de identidades que antes eram reprimidas: mulheres, negros, homossexuais, etc. Acontece que em busca de combater o preconceito, proscrevendo-se tudo que é visto como negativo em relação a esses grupos sociais, corre-se o risco de acirramento dos conflitos e quem perde com a radicalização de posições são os moderados.

Não sei se conhecem a historia que vou contar. A cidade de Salvador na Bahia passava por mais um momento de grande tensão e violência com altos índices de criminalidade onde a máxima que vigorava entre a população era dos três “P” ou seja, que “A policia só bate e prende Preto, Puta e Pobre”. Nesse clima foi organizado um grande evento com a comunidade, as lideranças populares e autoridades para discussão sobre o assunto, para representar a Polícia foi convocado um coronel conhecido na corporação pela sua formação humanística.

No evento, o grande auditório lotado, a receptividade não era muito boa com o policial, na formação da mesa do plenário o oficial ocupava a ultima posição, o presidente da mesa abre os trabalhos e pede para cada palestrante fazer uma breve apresentação, o primeiro da mesa fala:

- Sou líder da comunidade Tal, professor de ciência política e negro.

E por ai segue:

- Sicrano, presidente do movimento contra a violência e homossexual assumido.

- Fulana, líder dos direitos das mulheres e lésbica.

A platéia exultava e aplaudia as apresentações e principalmente as declarações das opções sexuais.

- Maria das Couves, representante do mundo melhor e transexual.

- Beltrano, presidente do grupo tal e qual e bissexual.

- Sicrana, do movimento das consumidoras e travesti.

A essa altura o oficial suava frio, a platéia vibrava a cada revelação de sexualidade, como iria então fazer sua apresentação, era apenas um policial, professor de direitos humanos totalmente contra a violência, heterossexual, na realidade um homem comum, com mulher, filhos, tralha e tal,... sua vez estava chegando e a dúvida era o que dizer na parte da sexualidade que passou a ser o mais importante do evento, que prosseguia com as apresentações:

- Fulaninha, presidente do grupo das mulheres da vida e prostituta.

A platéia delirava estrepitosamente, mas chegou a vez do oficial se apresentar... um silencio sepulcral...todos atentos...com o suor escorrendo do rosto o coronel levanta e fala em alto e bom som;

- Beltrano, coronel da Polícia Militar, professor de direitos humanos e... e... por fim grita: torcedor do Esporte Clube Baheeeea!

Pronto, a platéia vem ao delírio com gritos de Bahia, Baheea, Bahia é campeão e muitos aplausos, estava resolvida a questão.

Paulo Melo
Enviado por Paulo Melo em 17/05/2011
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