De uma coisa fui à outra.
Nas poucas vezes que minha mãe viajou comigo para BH ela, em restaurantes, sempre escolhia para comer o Arroz Piemontês. Nunca antes tínhamos feito em casa, mas visitando um blog que sigo (Cozinha para relaxar) descobri uma receita e resolvi experimentá-la hoje para agradá-la. Sendo bem sincera eu li a receita e depois fui procurar outras iguais e acabei fazendo uma que não foi cópia de nenhuma, foi recriação. Nesse blog descobri também que o Arroz Piemontês é excelente para se aproveitar as sobras de arroz e como no dia anterior eu havia feito um arroz com açafrão usei-o para fazer o tal arroz. Pesquisando no Google descobri que esse arroz de piemontês não tem nada – é uma comida inventada aqui no Brasil por imigrantes italianos que não encontrando o arroz arbóreo para fazer os seus risotos resolveram buscar idéias alternativas. Já dizia Lavoisier que na natureza nada se cria, nada se perde tudo se transforma ou então, como dizia meu filósofo preferido, Lybnitz Kaeh, tudo se recria, eu recriei o prato a minha moda. É uma comida rapidinha e gostosa: coloquei em uma panela a margarina para derreter e na margarina uma latinha de creme de leite e dois tabletes de caldo de galinha. Depois piquei cubinhos de mussarela e esperei que derretessem bem para só depois colocar rodelas de palmito (aqui um aparte – na maioria das receitas coloca-se cogumelos, mas como não gosto e havia na geladeira um vidro aberto de palmitos resolvi experimentar). Só depois coloquei o arroz que misturei bem para que ficasse cremoso, salpiquei queijo ralado e cebolinha verde. Pois não é que ficou gostoso?
Mas tudo isso vem a propósito de outra coisa. É que ando pensando muito na falta de originalidade que existe em todos os setores da vida, que inclui a cozinha e a pena. Ou seja, nem para cozinhar nem para escrever conseguimos fazer algo original porque tudo já foi feito e refeito. Eu escrevo partindo de idéias alheias que transformo em minhas. E Zélia Freire, uma das melhores escritoras do Recanto escreveu um artigo sobre o assunto que para mim, até segunda ordem, encerrou o assunto: Não há nada de novo sob o sol, sendo que a primeira citação que faz é de Cruz Malpique: de original só o pecado.
Nem mesmo os nossos pensamentos são coisas impensadas por outros: pegamos uma idéia de alguém que pegou de alguém que pegou de outro alguém e a usamos como nossa. E nesse percurso a idéia inicial se perde de tal forma que se torna impossível reconhecê-la. E assim vamos seguindo pela vida sem muita reflexão nem explicação: uma religião, um partido político, um time de futebol, um autor e assim por diante vamos construindo nossa vida como uma colcha de retalhos, mas ainda assim posso dizer que existe uma coisa boa nisso tudo: nenhuma colcha de retalhos é igual à outra.
Nas poucas vezes que minha mãe viajou comigo para BH ela, em restaurantes, sempre escolhia para comer o Arroz Piemontês. Nunca antes tínhamos feito em casa, mas visitando um blog que sigo (Cozinha para relaxar) descobri uma receita e resolvi experimentá-la hoje para agradá-la. Sendo bem sincera eu li a receita e depois fui procurar outras iguais e acabei fazendo uma que não foi cópia de nenhuma, foi recriação. Nesse blog descobri também que o Arroz Piemontês é excelente para se aproveitar as sobras de arroz e como no dia anterior eu havia feito um arroz com açafrão usei-o para fazer o tal arroz. Pesquisando no Google descobri que esse arroz de piemontês não tem nada – é uma comida inventada aqui no Brasil por imigrantes italianos que não encontrando o arroz arbóreo para fazer os seus risotos resolveram buscar idéias alternativas. Já dizia Lavoisier que na natureza nada se cria, nada se perde tudo se transforma ou então, como dizia meu filósofo preferido, Lybnitz Kaeh, tudo se recria, eu recriei o prato a minha moda. É uma comida rapidinha e gostosa: coloquei em uma panela a margarina para derreter e na margarina uma latinha de creme de leite e dois tabletes de caldo de galinha. Depois piquei cubinhos de mussarela e esperei que derretessem bem para só depois colocar rodelas de palmito (aqui um aparte – na maioria das receitas coloca-se cogumelos, mas como não gosto e havia na geladeira um vidro aberto de palmitos resolvi experimentar). Só depois coloquei o arroz que misturei bem para que ficasse cremoso, salpiquei queijo ralado e cebolinha verde. Pois não é que ficou gostoso?
Mas tudo isso vem a propósito de outra coisa. É que ando pensando muito na falta de originalidade que existe em todos os setores da vida, que inclui a cozinha e a pena. Ou seja, nem para cozinhar nem para escrever conseguimos fazer algo original porque tudo já foi feito e refeito. Eu escrevo partindo de idéias alheias que transformo em minhas. E Zélia Freire, uma das melhores escritoras do Recanto escreveu um artigo sobre o assunto que para mim, até segunda ordem, encerrou o assunto: Não há nada de novo sob o sol, sendo que a primeira citação que faz é de Cruz Malpique: de original só o pecado.
Nem mesmo os nossos pensamentos são coisas impensadas por outros: pegamos uma idéia de alguém que pegou de alguém que pegou de outro alguém e a usamos como nossa. E nesse percurso a idéia inicial se perde de tal forma que se torna impossível reconhecê-la. E assim vamos seguindo pela vida sem muita reflexão nem explicação: uma religião, um partido político, um time de futebol, um autor e assim por diante vamos construindo nossa vida como uma colcha de retalhos, mas ainda assim posso dizer que existe uma coisa boa nisso tudo: nenhuma colcha de retalhos é igual à outra.