Receita de Pão de Queijo
Foi paixão ao primeiro olhar que lancei para aquela figura pequenina e serena, que me veio trazida pelas mãos da filha, minha amiga.
Quando começou a falar comigo então, caí de amores. Aquele inconfundível sotaque mineiro colocou por terra qualquer tentativa que eu pudesse fazer para não querer amá-la.
Conversamos longamente, sobre culinária, naturalmente, já que era a nossa grande paixão em comum. O cuzcuz eu faço assim, o quiabo eu faço assado.
Não me perguntem como uma curitibana topetuda pode saber alguma coisa de comida mineira, bastou-me uma primeira vez em “BH” para nunca mais esquecer daquelas delícias. A partir daí, tornei-me adepta dos quitutes mineiros, embora eu tenha que confessar que, por ainda não possuir uma panela de pedra, minha comida ainda não tem aquele gosto de MINAS que eu gostaria que tivesse. Eu vivo a inventar receitas, e relembrar os gostos que ficaram em minhas lembranças, dos dias felizes que passei em Minas.
Minha mais recente conquista, foi uma farofa de legumes que experimentei numa lanchonete singela no centro de Divinópolis. Estou há mais de um ano tentando acertá-la, mas como já disse, falta-me a panela de pedra.
Mas voltando à minha nova amizade, a Dona Nenê, proseou comigo o tempo que durou a festa que eu preparei para sua filha em suas bodas de prata.
Tratava-se de um CAFÉ DA MANHÃ, e muitos dos pratos servidos, foram feitos por mim.
Dona Nenê era só elogios à minha criatividade, ao meu talento com as palavras e com os temperos. Conversa vai, conversa vem, e lá vou eu com a minha velha história de não saber fazer o tal do pão de queijo. Ela então prontificou-se em dar-me a receita, mas não seria apenas rascunhada num pedaço de papel. Ela queria que eu a visse produzindo o dito cujo.
Dia e hora marcados, lá estava eu com minha mão esquerda ansiosa para mexer naquela massa, e, Dona Nenê, no tempo do mineiro, ia me explicando passo a passo como preparar aquela delícia. - Então você escalda assim o polvilho minha filha, mas veja se não me compra polvilho estragado. Aqui em Curitiba não tem polvilho bom. Não se preocupe, o nome é azedo, mas é assim mesmo. Olha só o ponto que tem que ficar. – E assim, NENÊ foi amassando, acrescentando ingredientes, e a cada adição, parava e me dava dezenas de explicações. Passei a tarde, aprendendo a moldar um pão de queijo. O mais delicioso que minha boca já provou.
O tempo passou, Nenê e Tavinho voltaram para o Sul de Minas. Eu guardei não sei onde aquele minúsculo pedacinho de papel onde escrevi a receita do pão de queijo, que nunca preparei. Falei algumas vezes com ela por telefone, e uma outra vez ela retornou a Curitiba.
Ela me trouxe uma peça bordada por ela, em ponto cruz de presente. Foi a última vez que a vi, pois ela que já tinha uma saúde debilitada, foi, tempos depois, contemplar a face de Deus, e deixar o céu mais bonito com o seu jeito tão doce de falar e ensinar. Certamente hoje, há um perfume novo no céu: O cheiro inconfundível do pão de queijo da dona Nenê.
Foi paixão ao primeiro olhar que lancei para aquela figura pequenina e serena, que me veio trazida pelas mãos da filha, minha amiga.
Quando começou a falar comigo então, caí de amores. Aquele inconfundível sotaque mineiro colocou por terra qualquer tentativa que eu pudesse fazer para não querer amá-la.
Conversamos longamente, sobre culinária, naturalmente, já que era a nossa grande paixão em comum. O cuzcuz eu faço assim, o quiabo eu faço assado.
Não me perguntem como uma curitibana topetuda pode saber alguma coisa de comida mineira, bastou-me uma primeira vez em “BH” para nunca mais esquecer daquelas delícias. A partir daí, tornei-me adepta dos quitutes mineiros, embora eu tenha que confessar que, por ainda não possuir uma panela de pedra, minha comida ainda não tem aquele gosto de MINAS que eu gostaria que tivesse. Eu vivo a inventar receitas, e relembrar os gostos que ficaram em minhas lembranças, dos dias felizes que passei em Minas.
Minha mais recente conquista, foi uma farofa de legumes que experimentei numa lanchonete singela no centro de Divinópolis. Estou há mais de um ano tentando acertá-la, mas como já disse, falta-me a panela de pedra.
Mas voltando à minha nova amizade, a Dona Nenê, proseou comigo o tempo que durou a festa que eu preparei para sua filha em suas bodas de prata.
Tratava-se de um CAFÉ DA MANHÃ, e muitos dos pratos servidos, foram feitos por mim.
Dona Nenê era só elogios à minha criatividade, ao meu talento com as palavras e com os temperos. Conversa vai, conversa vem, e lá vou eu com a minha velha história de não saber fazer o tal do pão de queijo. Ela então prontificou-se em dar-me a receita, mas não seria apenas rascunhada num pedaço de papel. Ela queria que eu a visse produzindo o dito cujo.
Dia e hora marcados, lá estava eu com minha mão esquerda ansiosa para mexer naquela massa, e, Dona Nenê, no tempo do mineiro, ia me explicando passo a passo como preparar aquela delícia. - Então você escalda assim o polvilho minha filha, mas veja se não me compra polvilho estragado. Aqui em Curitiba não tem polvilho bom. Não se preocupe, o nome é azedo, mas é assim mesmo. Olha só o ponto que tem que ficar. – E assim, NENÊ foi amassando, acrescentando ingredientes, e a cada adição, parava e me dava dezenas de explicações. Passei a tarde, aprendendo a moldar um pão de queijo. O mais delicioso que minha boca já provou.
O tempo passou, Nenê e Tavinho voltaram para o Sul de Minas. Eu guardei não sei onde aquele minúsculo pedacinho de papel onde escrevi a receita do pão de queijo, que nunca preparei. Falei algumas vezes com ela por telefone, e uma outra vez ela retornou a Curitiba.
Ela me trouxe uma peça bordada por ela, em ponto cruz de presente. Foi a última vez que a vi, pois ela que já tinha uma saúde debilitada, foi, tempos depois, contemplar a face de Deus, e deixar o céu mais bonito com o seu jeito tão doce de falar e ensinar. Certamente hoje, há um perfume novo no céu: O cheiro inconfundível do pão de queijo da dona Nenê.