ELE FEZ PARTE DE MINHA INFÂNCIA.
Lendo as notícias, vejo hoje cada tipo de pessoa que nem sei se posso dizer que é humano.
Me lembro que na vila onde morei quando criança, os únicos "tipos" diferentes, eram também tão inofensivos, que nem borboletas matavam.
Hoje, lendo uma crônica da Yara França, me lembrei de um morador do bairro, que tinha o apelido de "Ditinho maluco". Tratava-se de um rapaz, que nasceu com problemas, quando tinha oito anos, caiu sobre a chapa quente do fogão a lenha, vindo a se ferir gravemente, acudido por sua mãe, foi tratado mas mesmo assim ficou aleijado, o braço direito atrofiou tamanha a queimadura que sofreu nesse membro, os olhos sofreram ferimentos e além das cicatrizes quase não enxergava. Mancava também da perna esquerda que acabou atrofiada pelas grandes queimaduras.
Andava sempre limpo, camisa branca de botão sem gola, feita de saco alvejado pela mãe zelosa, calça de algodão presa por suspensórios, e nos pés alpargatas azuis.
Vinha ao armazém de meu avó, toda manhã, sempre de braço dado com a mãe, ela era seu guia, seus olhos, seu mundo.
Em tudo achava graça, alias vivia com um sorriso estampado no rosto, quando alguém chamava seu nome, ele sorria ainda mais feliz. Mas, somente grunhidos saiam de sua boca onde se via a falta de muitos dentes, pois falar não conseguia.
Eu, junto com outras crianças da vila, muitas vezes o amolávamos, gritando seu nome e apelido: Ditinho/maluco, Ditinho/maluco.
Nessas ocasiões sua mãe ficava brava, nos mandava ir lamber sabão. Mas, o Ditinho, nunca se aborrecia com isso, abria um sorriso, mostrando a gengiva vermelha.
Assim eram os "tipos" diferentes que havia em nossa vila: inofensivos, bondosos, alegres.
Tão diferente de hoje, que às vezes penso, que devem ter aberto as portas do inferno, e algumas das mais terríveis almas escaparam pra cá.
E estão por aí, fazendo toda sorte de maldade, e causando tanto espanto e dor, por onde passam.
Bons tempos aqueles, onde o Ditinho/maluco, era feliz e estimado por todos da vila, mesmo com as brincadeiras bobas que nós crianças lhe dirigíamos, ele sabia que gostávamos dele.
Lendo as notícias, vejo hoje cada tipo de pessoa que nem sei se posso dizer que é humano.
Me lembro que na vila onde morei quando criança, os únicos "tipos" diferentes, eram também tão inofensivos, que nem borboletas matavam.
Hoje, lendo uma crônica da Yara França, me lembrei de um morador do bairro, que tinha o apelido de "Ditinho maluco". Tratava-se de um rapaz, que nasceu com problemas, quando tinha oito anos, caiu sobre a chapa quente do fogão a lenha, vindo a se ferir gravemente, acudido por sua mãe, foi tratado mas mesmo assim ficou aleijado, o braço direito atrofiou tamanha a queimadura que sofreu nesse membro, os olhos sofreram ferimentos e além das cicatrizes quase não enxergava. Mancava também da perna esquerda que acabou atrofiada pelas grandes queimaduras.
Andava sempre limpo, camisa branca de botão sem gola, feita de saco alvejado pela mãe zelosa, calça de algodão presa por suspensórios, e nos pés alpargatas azuis.
Vinha ao armazém de meu avó, toda manhã, sempre de braço dado com a mãe, ela era seu guia, seus olhos, seu mundo.
Em tudo achava graça, alias vivia com um sorriso estampado no rosto, quando alguém chamava seu nome, ele sorria ainda mais feliz. Mas, somente grunhidos saiam de sua boca onde se via a falta de muitos dentes, pois falar não conseguia.
Eu, junto com outras crianças da vila, muitas vezes o amolávamos, gritando seu nome e apelido: Ditinho/maluco, Ditinho/maluco.
Nessas ocasiões sua mãe ficava brava, nos mandava ir lamber sabão. Mas, o Ditinho, nunca se aborrecia com isso, abria um sorriso, mostrando a gengiva vermelha.
Assim eram os "tipos" diferentes que havia em nossa vila: inofensivos, bondosos, alegres.
Tão diferente de hoje, que às vezes penso, que devem ter aberto as portas do inferno, e algumas das mais terríveis almas escaparam pra cá.
E estão por aí, fazendo toda sorte de maldade, e causando tanto espanto e dor, por onde passam.
Bons tempos aqueles, onde o Ditinho/maluco, era feliz e estimado por todos da vila, mesmo com as brincadeiras bobas que nós crianças lhe dirigíamos, ele sabia que gostávamos dele.