Cenas do Cotidiano – A Hora do Almoço
Uma pausa no meio do dia para almoçar e relaxar. Depois da refeição, falamos da vida, da infância... Em alguns momentos, sonoras gargalhadas! Hoje, é Aninha quem fala de sua infância, da casa sobre a maré, bonitinha, ajeitadinha. Uma tábua desprendida e lá se vai “mainha” tentar arrumar. Ela escorrega por entre as madeiras meio frouxas e fica atolada na lama. A menina sapeca, com a mão na boca (para segurar o riso), pergunta: – Mainha, a senhora se machucou? Com a negativa, vem a gargalhada e o mutirão para socorrê-la. Seu vestido branco de bolinhas pretas está irreconhecível. Noutro momento, é o homem que atravessa toda a Afrânio Peixoto para ir a loja de materiais de construções, enfiado numa sunga, se achando o tal. Aninha vai com ele e os colegas riem às tantas da cena. Agachada, Aninha olha a maré em movimento sob seus pés, os peixinhos que bailam, e, de repente, a vizinha grita e ri da ação que se desenrola. Se Jorge, o Amado, fosse ainda vivo, era capaz de escrever um livro para falar sobre Aninha. A vida é uma graça!