Como não escrever um poema
Hoje eu queria escrever algo, que não fosse poema. Mas, de verdade, não sei. Fora relatórios científicos da faculdade, poema é tudo que sei fazer... Primeiro, é difícil entrar no recanto, ir no incluir texto e ter que escolher... Gêneros literários? São tantos; alguns acho que nem sei o que são. Crônica podia ser bem geral, uma boa escolha! Será? E agora pra começar, como é mesmo essa de parágrafo? E a pontuação? Sentenças curtas ou longas demais... ai, que confusão! Devo mudar de linha?
Sim, vou tentar começar. Como é difícil que me surja um pensamento linear... e essa palavra, surja, que estranha! Será que é assim mesmo que se escreve? Eu sempre escrevo sem pensar... Sem dúvida, deve ser muito mais fácil fazer poesia. Crônica? Tenho que falar algo do dia-a-dia. Penso se todos como eu tem essa dificuldade pra escrever. Bem, até sei escrever bilhete, coisas curtas, com carinho ou engraçadas, mas geralmente impessoais. Coisa de pessoas normais... Curta, deve ser esse o segredo, crônica também é pra ser curta. Já posso terminar por aqui? Mudo de linha?
No fim, não escrevi nada com nada. Será que com os outros também é assim, difícil de expressar em palavras organizadas o que sente ou pensa? Fico ainda na liberdade da poesia ou na inconstância de paixões desastrosas, em ouvir música de madrugada ou piadas de amigos bêbados. Viver e sentir é assustador, não é fácil. Mas é pelo menos mais natural que escrever uma crônica. Talvez um dia eu tente outra vez.