Paulo

O que me incomoda não é o fato de você não ter me querido. É iniciar uma nova busca.

Quando você apareceu, pensei que a espera tivesse chegado ao fim. Senti que, finalmente, haviam ouvido minhas preces.

Você era a representação de meus sonhos. A personificação de meus anseios e, admito... em face disto, negava-me a ser eu mesma, com medo de te perder.

Muitas vezes fui uma personagem. Uma mulher acostumada a concordar. Mas a minha essência não era aquela e, talvez, você tenha percebido.

Quando você chegou a mim, foi precedido de inúmeras qualidades e, sim!, eu fiquei com medo! Talvez você fosse perfeito demais. E, por isso, eu só poderia tratá-lo com extremo cuidado.

E foi então que agi contra minha natureza que, acostumada a esperar, agora tomava algumas iniciativas. Se você soubesse o quanto era cansativo agir assim... fingir ser mulher contemporânea...

Mas você se revelou comum e um elo se quebrou...

Tentei mergulhar em suas águas e não consegui. Você é impenetrável.

Agora, desisto... gostei de ter você ao meu lado, mas eu preciso ser instigada e de risadas. Despeço-me sem ter paixão, com uma angustiante nostalgia no peito. Mais de algo que poderia ter sido do que daquilo que realmente foi.

Trilharei novo caminho. Cansada. Mas perseguindo.

Katrinna di Paggi
Enviado por Katrinna di Paggi em 11/05/2011
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2963813
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