Paulo
O que me incomoda não é o fato de você não ter me querido. É iniciar uma nova busca.
Quando você apareceu, pensei que a espera tivesse chegado ao fim. Senti que, finalmente, haviam ouvido minhas preces.
Você era a representação de meus sonhos. A personificação de meus anseios e, admito... em face disto, negava-me a ser eu mesma, com medo de te perder.
Muitas vezes fui uma personagem. Uma mulher acostumada a concordar. Mas a minha essência não era aquela e, talvez, você tenha percebido.
Quando você chegou a mim, foi precedido de inúmeras qualidades e, sim!, eu fiquei com medo! Talvez você fosse perfeito demais. E, por isso, eu só poderia tratá-lo com extremo cuidado.
E foi então que agi contra minha natureza que, acostumada a esperar, agora tomava algumas iniciativas. Se você soubesse o quanto era cansativo agir assim... fingir ser mulher contemporânea...
Mas você se revelou comum e um elo se quebrou...
Tentei mergulhar em suas águas e não consegui. Você é impenetrável.
Agora, desisto... gostei de ter você ao meu lado, mas eu preciso ser instigada e de risadas. Despeço-me sem ter paixão, com uma angustiante nostalgia no peito. Mais de algo que poderia ter sido do que daquilo que realmente foi.
Trilharei novo caminho. Cansada. Mas perseguindo.