O DIA DA TITIA
Será que existe esse dia?
Se existe a mídia ainda não descobriu pois nunca vi o apelo “Compre para a titia’ nem homenagens para essa mulheres que não foram mães, só tias.
Carmela é uma delas.
Não sei se alguém fica solteira por opção, a Carmela com certeza não optou pela triste situação de ser só. Teve três namorados, mas, o primeiro engravidou a empregada, os dois foram embora e ela nunca mais soube deles, o segundo faleceu em um acidente e o terceiro meteu-se em uma enrascada e foi condenado a 20 anos de prisão.
Desistiu de pensar em casamento. Morou com os pais enquanto eles viveram e agora está só.
A família toda a estima, nas reuniões familiares ela sempre está presente, mas no dia de ontem, dia das Mães, não havia clima para ela que não tinha mãe, nem filhos.
Os irmãos a convidaram, insistiram mesmo para que fosse almoçar com eles e respectivas sogras e mães de seus filhos, mas qual seria o seu lugar nessa festa?
Achou melhor ficar em casa só com suas lembranças e sua nostalgia.
Hoje acordou cedo para esperar a irmã que vinha trazer-lhe o sobrinho para ela cuidar enquanto ia para o trabalho.O bebê chorava porque a mãe tinha tirado da cama para trazer sem ter trocado de roupa nem alimentado.
- Ontem ficamos até muito tarde na festa e ele ficou impertinente, demorou para dormir, hoje acordamos atrasados...
.Vai embora correndo e a Carmela fica com o bebê para dar banho, preparar mamadeira, cuidar dele até a tarde.
Antes de conseguir acomodar o pequeno, toca o telefone:
E o outro sobrinho que quer saber se ela pode ajudá-lo a fazer uma pesquisa que a professora pediu. (traduza-se: fazer para ele) É claro que pode.
- Sobre a invasão francesa? Tudo bem! Ah não quer que copie da internet, tem que pesquisar e escrever com suas próprias palavras.
Reluta um pouco:
- Se é assim tem que ser com as suas palavras e não com as minhas.
- Ah mas eu assino em baixo!
Ri e a tia ri também.
Pouco depois, outro telefonema:
- Carmela, você está lembrando que hoje é dia de pagar o meu consórcio.
- É mesmo! Mas eu estou com o Marcelinho e ele está meio enjoadinho. Será que você não arranja alguém para ir ao Banco para você.
- Arranjar quem? Todo mundo trabalha, ninguém está disponível no horário comercial. Você leva o Marcelinho. É tão perto de sua casa. Ele vai gostar de sair um pouco.
Carmela vai até o Banco mas tem que deixar o carrinho e entrar carregando o bebê que já pesa mais de dez quilos.
A fila está longa, o Marcelinho chora porque quer descer e ela tenta em vão distrai-lo Quase desiste, mas se desistir terá que voltar antes do Banco fechar. É melhor agüentar firme.
Quando sai começa a chover. E agora? Entra em uma lanchonete senta-se a uma mesa, pede um lanche que não está com vontade de comer e o Marcelinho pede chocolate, depois sorvete, começa a tossir e ele fica preocupada por saber que ele é muito pequeno para tomar sorvete e depois com certeza não vai almoçar.
Está a menos de um quarteirão de casa. Quando a chuva diminue ela resolve enfrentá-la e acaba chegando em casa encharcada, assim como o Marcelinho e o seu carrinho.
E por ai afora foi o dia da Carmela cheio de emoções até que quando foi verificar a caixa do correio havia uma carta para ela. Era o pároco convidando-a a fazer parte de um grupo de voluntárias que trabalham com gestantes carentes. Futuras mamães que um dia serão homenageadas!
Vocês não acham que devia ser comemorado o Dia da Titia?
Será que existe esse dia?
Se existe a mídia ainda não descobriu pois nunca vi o apelo “Compre para a titia’ nem homenagens para essa mulheres que não foram mães, só tias.
Carmela é uma delas.
Não sei se alguém fica solteira por opção, a Carmela com certeza não optou pela triste situação de ser só. Teve três namorados, mas, o primeiro engravidou a empregada, os dois foram embora e ela nunca mais soube deles, o segundo faleceu em um acidente e o terceiro meteu-se em uma enrascada e foi condenado a 20 anos de prisão.
Desistiu de pensar em casamento. Morou com os pais enquanto eles viveram e agora está só.
A família toda a estima, nas reuniões familiares ela sempre está presente, mas no dia de ontem, dia das Mães, não havia clima para ela que não tinha mãe, nem filhos.
Os irmãos a convidaram, insistiram mesmo para que fosse almoçar com eles e respectivas sogras e mães de seus filhos, mas qual seria o seu lugar nessa festa?
Achou melhor ficar em casa só com suas lembranças e sua nostalgia.
Hoje acordou cedo para esperar a irmã que vinha trazer-lhe o sobrinho para ela cuidar enquanto ia para o trabalho.O bebê chorava porque a mãe tinha tirado da cama para trazer sem ter trocado de roupa nem alimentado.
- Ontem ficamos até muito tarde na festa e ele ficou impertinente, demorou para dormir, hoje acordamos atrasados...
.Vai embora correndo e a Carmela fica com o bebê para dar banho, preparar mamadeira, cuidar dele até a tarde.
Antes de conseguir acomodar o pequeno, toca o telefone:
E o outro sobrinho que quer saber se ela pode ajudá-lo a fazer uma pesquisa que a professora pediu. (traduza-se: fazer para ele) É claro que pode.
- Sobre a invasão francesa? Tudo bem! Ah não quer que copie da internet, tem que pesquisar e escrever com suas próprias palavras.
Reluta um pouco:
- Se é assim tem que ser com as suas palavras e não com as minhas.
- Ah mas eu assino em baixo!
Ri e a tia ri também.
Pouco depois, outro telefonema:
- Carmela, você está lembrando que hoje é dia de pagar o meu consórcio.
- É mesmo! Mas eu estou com o Marcelinho e ele está meio enjoadinho. Será que você não arranja alguém para ir ao Banco para você.
- Arranjar quem? Todo mundo trabalha, ninguém está disponível no horário comercial. Você leva o Marcelinho. É tão perto de sua casa. Ele vai gostar de sair um pouco.
Carmela vai até o Banco mas tem que deixar o carrinho e entrar carregando o bebê que já pesa mais de dez quilos.
A fila está longa, o Marcelinho chora porque quer descer e ela tenta em vão distrai-lo Quase desiste, mas se desistir terá que voltar antes do Banco fechar. É melhor agüentar firme.
Quando sai começa a chover. E agora? Entra em uma lanchonete senta-se a uma mesa, pede um lanche que não está com vontade de comer e o Marcelinho pede chocolate, depois sorvete, começa a tossir e ele fica preocupada por saber que ele é muito pequeno para tomar sorvete e depois com certeza não vai almoçar.
Está a menos de um quarteirão de casa. Quando a chuva diminue ela resolve enfrentá-la e acaba chegando em casa encharcada, assim como o Marcelinho e o seu carrinho.
E por ai afora foi o dia da Carmela cheio de emoções até que quando foi verificar a caixa do correio havia uma carta para ela. Era o pároco convidando-a a fazer parte de um grupo de voluntárias que trabalham com gestantes carentes. Futuras mamães que um dia serão homenageadas!
Vocês não acham que devia ser comemorado o Dia da Titia?