PELADO, PELADO... NU COM A MÃO NO BOLSO

ARTIGO:

“Acreditar que não acreditamos em nada

é crer na crença do descrer”

(Millôr Fernandes)

Nada se resolve isoladamente. Principalmente as questões financeiras e econômicas.

O grande problema é que o populacho pensa que distribuir riquezas é sacar a grana da classe “A” e injetar nas outras classes. As coisas não são assim. Existem diversas formas de se distribuir riquezas: melhores salários, maior produção industrial e construção civil, melhoria no transporte urbano de massa, jornada de trabalho reduzida, qualificação profissional, previdência social bem organizada, urbanidade bem arquitetada, consciência social, inteligência popular e a parte do blábláblá político, que, só fica no falatório mas é totalmente eficiente: educação de qualidade e saúde públicas. Mas que não esqueçamos o maior de todos os problemas a ser combatido: erradicação da corrupção por meio de uma eficiente revolta social e popular. E não me venha dizer que é clichê ou papo furado, com a justificativa de ser impossível acontecer, pois é tudo assim mesmo ou que todo político faz e por isso,“DANE-SE”. Bem como se fosse um de nós lá, faríamos da mesma forma. Nam nam ni nam não!

A consciência ética de quem está no poder, também influencia pacas tanto na melhoria social da convivência política entre governo representante e cidadãos representados, quanto na estabilidade econômica de um país que se propõe eleger políticos competentes, assim como ter cidadãos que cobrem medidas efetivas desses políticos. Mas crer nisso, é acreditar no conto da carochinha.

Todavia, projetos sociais assistencialistas de baixo impacto, construções de praças públicas sem serventia e festas de baixo teor artístico e cultural são de pouca valia. Desse tipo de coisa, sinceramente, pra se manterem de forma digna, os países não necessitam nem um pouco... Disso, dependem muito mais os políticos que não querem trabalhar de verdade e têm rabo preso com os grandes empresários que dormem sonhando com a sonegação de impostos.

Portanto, A distribuição de riquezas deve começar com a distribuição dos tributos recebidos pelo Estado, em forma de serviços públicos e incentivos ao empreendedorismo. De modo que as coisas não caminham sozinhas, elas precisam sempre de uma energia para movê-las... E no caso da inclusão social, a energia é perceber que você, cidadão, está dançando a ciranda fora da roda.

Então, depois de tudo dito, utopicamente pense comigo: suponhamos que o Estado reverte os tributos em serviços públicos, baixa a jornada de trabalho, deixa o salário mínimo num patamar digno e oferece margem para o cidadão se qualificar profissionalmente. Assim sendo, obviamente, as pessoas trabalharão de forma menos explorada, começarão a se preocupar mais com os problemas políticos e terão mais poder aquisitivo, pois não gastarão mais com saúde, educação e infraestrutura... Até porque já pagam isso tributariamente, não é?! Consequentemente terão mais qualidade de vida, pois a moradia, a alimentação, qualidade de trabalho e diversão estarão assegurados. Claramente, não por terem sido dados de mão beijada, mas porque, foi distribuída, além das riquezas, uma gama de oportunidades de os cidadãos terem resguardados o direito de desfrutarem dos direitos da cidadania.

O fato é que, se os empresários se calarem, os políticos se omitirem, o Estado ficar inerte, os operários forem manipulados e, principalmente, nós do povo, ficarmos apáticos, a riqueza ficará tão somente nas mãos do mercado. E isso não vai ser bacana, pois com 100% de certeza, afirmo-lhes que ficará ela concentrada nas maletas de quem detém o poder econômico e político. Quer a prova dos 100% da minha certeza? Enfia a mão no bolso...

Dessa maneira torno a confirmar: o que primeiro deve ser feito pra tirar do fundo do poço um país, não é a educação gramatical e aritmética, mas o sentimento de revolta e o senso de indignação contra aqueles que corrompem o país. Até porque, se analisares bem, quem afunda um Estado na corrupção não são as pessoas analfabetas e grosseiras que vivem trabalhando com o suor na cara, mas alguns letrados e metidos a inteligentes, por se acharem expert’s na arte de enganar, que se vestem alinhadamente e passam o dia numa sala com ar condicionado assinando nossas sentenças de morte!

Quando a gente se tocar que devemos parar de sofrer, chegou a hora de começar a gozar.,, que 2 + 2 é igual a 4, pode ter 100% de certeza, isso é bem mais fácil de aprender!