PARASITISMO EMOCIONAL
Sinto-me até de certa forma lisonjeado, pois este tema me foi recomendado,e, da mesma maneira que a alegria de uma cozinheira é o elogio de sua comida, o escritor/cronista/poeta/prosador se satisfaz quando sabe que o seu jeito de abordar agrada ao menos a uma outra pessoa que nem ele mesmo.
Agarro-me a um tema da abrangência da Psicologia, pois todo mundo se acha um dia em condições de aconselhar alguém,e, pasmem, se atrever a recomendar atitudes quaisquer como se fosse tratamento.
Amar a si mesmo, é, antes de tudo, o principal amor, pois em não se amando não podemos dizer por aí que amamos alguém, e quem quer o próprio bem, o do outro quer também. Somos seres racionais, líberos por natureza, e carentes por opção( ou por falta dela).
A falta de amor próprio cria uma sensação exultante e desgastante de que dependemos de alguma maneira do outro, colocando-o a frente de tudo o que se propõe para a vida. É o que se chama por aí de alma gêmea?
Começamos um relacionamento, e nosso coração acelera, o cérebro libera endorfina, nos dando a mais completa sensação de estarmos.....completos!
Mas é uma faca de dois gumes este amor. Até aprendermos a conviver com ele, brincando conosco ele nos ensina a errar, e a sofrer com nossos erros, pois de cada relacionamento trazemos frustrações e aprendizados, momentos felizes e momentos em que tudo o que queremos é um quarto escuro e um travesseiro macio. Momentos de Coca-cola gelada com a namorada e outros de álcool com os amigos mais fiéis, com quem não se tem medo de compartilhar lágrimas.
Hoje estou bem feliz com o amor, ele molda quem eu sou, como eu me mostro ao mundo, e como o mundo pensa de mim. Pretendo viver pra sempre de braços dados com a paz que minha namorada me traz, mas, infelizmente, isto hoje em dia é privilégio de poucos, parcos exemplos.
Amigas e amigos me confessam, pois sabem que quase sempre tenho a palavra pronta. Contam que o namorado(a) apronta, enfrenta, machuca, e me contam, desesperados, que simplesmente não sabem o que fazer. Entendo as fases da vida como ciclos completos e intangíveis, de tal maneira que jamais, nem no infinito matemático, se entrelaçarão. Impossível iniciar um novo ciclo, sem fechar dentro de si o que se encerrou.
Notando a fragilidade de certos invólucros destes ciclos, de pessoas que não aprenderam a lidar com a dor da separação, muitas pessoas, parasitas, fazem desta dor uma espécie de ganha-pão, aproveitando-se para com aquela pessoa se relacionar e dela sugar o restinho de alto-estima que sobra no fundo do morto olhar.
Qual a solução para se evitar? Amar, amar e amar! Quando alguém que você ama não lhe ama , você não está amando a si mesmo, e o fim é a solidão e a depressão. Se não sentir firmeza nas palavras do rapaz ou da moça que lhe diz querer bem, firme os pés no chão, erga a cabeça , olhando para a frente, e repita a si mesmo: " daqui pra frente, tudo vai ser diferente... o bom é ser feliz, e mais nada!!!