QUANDO MENOS SE ESPERA...
 
Chegou sorrateiramente no meio da noite, provocando-me arrepios... Tentei fugir, lutei como pude, mas minha determinação não foi tão forte quanto eu queria. Não consegui deter a força maligna de sua natureza. Nada pude fazer, enquanto me deixava dominar por completo. Entreguei-me.
 
Pela manhã, sentia-me tão exausta e fragilizada que a respiração me falhava. Ofegante, trêmula, tentei erguer-me, mas minhas pernas fraquejavam. Eu não era a mesma do dia anterior, que corria,de um lado para o outro, no comando perfeito de meu corpo.
 
Sentia-me frágil, lenta, membros doloridos e a cabeça rodando. Um calor intenso percorria meu corpo e a única vontade que tinha era de não lutar mais, para que aquela sensação fosse embora de vez. Minha garganta se fechou, a voz se calou e só se ouvia de mim, sussurros. Sussurros e tosse. Intensa, escandalosa, gutural. Era mais forte que eu.  E, mesmo sem voz, esbocei uma reação.
A coisa tá feia. Vou ao médico dar um basta nessa maldita gripe.
 
(Milla Pereira)


Ótimo sábado a todos... Sem gripe!