MUDANÇA DE ROTA

“Precisamos nos livrar da praga da rotina que acaba com nossas vidas.” Essa foi a frase que me despertou, quando as pálpebras já pesavam, durante uma entediante aula de Políticas Educacionais em um sábado à tarde.

Por certo eu estava em outro plano quando a frase dita por meu professor fez minha nave voltar à base. Peguei, quase que subitamente, a caneta e comecei a discorrer sobre o assunto abordado.

È interessante como nossas ações tendem a se “rotinizar”. Iniciamos uma tarefa, um relacionamento ou um trabalho com tanto entusiasmo e com o passar do tempo deixamos essa praga entrar por nossas portas, sentar-se a nossa mesa e servir-nos sua apatia em pratos fundos.

Lembro de uma época em que a minha ida para o trabalho tornou se tão mecânica que minha mente acostumou-se ao trajeto e mesmo quando eu saía para outro lugar ela tendia a repetir o percurso realizado por mim todos os dias sem interrupção ou mudança de rota.

Mudar a rota de nossas vidas, mesmo que seja nas pequenas coisas, pode ser um bom começo para não bitolarmos nossas mentes. Deixar-nos despertar para a deliciosa sensação do desvendar que tira-nos da condição robótica, a que muitas vezes nos subordinamos, é passo essencial para suprimir essa doença capaz de levar qualquer relacionamento, atividade ou carreira ao estágio terminal.

Toda e qualquer área de nossas vidas necessita de doses de adrenalina e por menor que sejam essas doses, elas intensificam o querer e o nosso potencial se eleva. O desafio é, sem dúvida, uma injeção de ânimo ao nosso cérebro e o prazer das novas descobertas regozija o ego.

Viver é arriscar, amar, desafiar, errar, descobrir e crescer e não há nada mais eficaz que a rotina para paralisar essas descobertas que têm a ação de completar-nos como seres ativos e intensos que somos.

Luciene Bessa
Enviado por Luciene Bessa em 06/05/2011
Reeditado em 07/05/2011
Código do texto: T2953422