A mudança dos costumes
A nossa amiga Ana Toledo escreveu uma crônica sobre a mudança dos costumes. E refletiu mais especificamente sobre as abordagens dos homens quando viam uma linda mulher. Era sagrado: o homem assobiava um “fiu-fiu” para a moça e que significava que ela era linda, vistosa, enfim, que estava agradando.
Vejam como são as coisas: neste mesmo dia da observação da Ana, comentava eu com dois colegas que não me conformava com a maneira de dançar dos jovens atuais.
O casal moderno não dança mais juntinho e não faz mais aquela coreografia da dança, tão bonito de se ver. Hoje, os dois ficam separados e ficam sacudindo os braços, a cabeça, de um jeito bem grosseiro, para o meu gosto, e bem sem graça. Algo assim lastimável. Em uma palavra: horrendo!
A coisa é tão sem graça que estou com vontade de fazer uma análise dessa situação. Essa dança tão desengonçada e as músicas gritadas e sem sentido devem significar alguma coisa. E, sinceramente, vou tentar decifrar.
A história da humanidade, percebe-se, nitidamente, avança, sim, mas com períodos de regressão. Portanto, também regride. Não ao ponto de voltarmos à estaca zero, mas regride.
Na análise empírica que estou fazendo, na beira do fogão, portanto sem pretensões, vejo como regressão nítida esses pulos de macaco que os cantores “modernos” todos fazem, além dos gritos “primais”. É exatamente o que fazia o homem primitivo. Nessa mesma linha de análise, verifico igualmente como regressivo a ânsia das pessoas de posarem nuas. O nu é bonito, convenhamos, em termos. Na verdade, em 90% dos casos, o sujeito ou a “sujeita” sem roupas não vão mostrar uma bela paisagem. É ou não é? Sejam sinceros, meus leitores. É bem melhor ficarmos vestidos, a nossa aparência melhora muitíssimo. Pois bem , se raciocinarmos com lógica, o que estamos chamando de moderno é retrógrado, ultrapassado. Ficar nu e pular feito macaco, o que é isso, gente?
Quando no meu tempo se tocava com maestria um boogie woogie, jazz, blues, dançava-se um tango bem dançado, com leveza, com graça, estávamos mostrando um avanço, um progresso. E as letras das músicas? Havia poesia, uma história com princípio, meio e fim e entendíamos o que o autor queria dizer. As ideias fluíam, havia lógica. Seria muito estranho se ouvíssemos grunhidos, gritos inarticulados. Para não me estender mais, não vou nem citar os boleros imortais e até as simples marchinhas de carnaval.
Agora, finalizando estes rabiscos, pergunto ao leitor atento, quem são os modernos e quem são os atrasados?
Tenham paciência! Sinto-me um cara moderníssimo diante do que vejo ao meu redor.