GOZANDO COM O PAU DO OUTRO

Eu acho muito engraçada a torcida doente do “Galo”, ou Clube Atlético Mineiro como queiram, cujo time não conquista um título importante há muitos anos e vive das sobras que lhe deixa a “Raposa”, o Cruzeiro Esporte Clube, aqui nas Minas Gerais.

Ano passado a “Raposa” priorizou a “Libertadores” e praticamente abandonou o estadual, deixando o “Galo” conquistar o título. Este ano estava ocorrendo o mesmo até ontem, com uma diferença:- o Cruzeiro estava bem no Campeonato Mineiro e já classificado para a final com o Atlético, domingo próximo vindouro. Pois bem, ontem a “Raposa” jogou aqui em Sete Lagoas contra o “Once Caldas” da Colômbia, após ter faturado o jogo da ida por 2 x 1. E, por uma dessas aberrações que só o futebol proporciona, coisas que talvez nem o “Sobrenatural de Almeida” (personagem do Nelson Rodrigues) explicasse, o time estrelado acabou perdendo a partida em casa por 2 x 0. É fato que teve um gol legítimo do Gilberto anulado, nos instantes finais do embate, o que levaria a decisão para os pênaltis, mas o time colombiano jogou mais e buscou a vitória desde o início. A “Raposa”, com desfalques importantes por motivo de contusão, não foi a mesma de outras apresentações e sucumbiu ao seu brioso adversário.

Aí, depois do jogo, foi aquela gritaria da torcida atleticana aqui em Belô, desfilando em carros pela cidade, buzinando adoidado, soltando foguetes e provocando as pessoas, como se o “Galo” tivesse conquistado alguma coisa (quá, quá, quá ...). Dias atrás eles foram desclassificados da “Copa do Brasil”, de cuja disputa temos quatro taças (e eles nenhuma) ... tudo bem, deixa pra lá.

Agora vem o time colombiano jogar aqui, teve total acolhida da direção do “Galo”, cedendo campo para treinamento, apoio emocional e logístico, etc., e eles babam de satisfação com a derrota azul celeste, como se tivessem participação direta na vitória colombiana.

Aliás, de “Libertadores das Américas” eles não conhecem nem o cheiro da taça. Nas poucas vezes em que se classificaram para disputá-la, não passaram da primeira fase, sendo superados logo de saída por times até desconhecidos, ao contrário da “Raposa”, que já abocanhou dois troféus e alguns vice-campeonatos.

Ao término do jogo de ontem um foguetório pipocou na noite belorizontina, em várias regiões da cidade, seguido de carros buzinando freneticamente, gritos e apupos dos seus ocupantes provocando notívagos, bêbados e outros menos votados. Como eu titulei esta crônica, estão gozando com a estrovenga alheia. Vamos ver no domingo próximo, “cambuda de fedapata”, vamos ver. Quem viver, verá! ...

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B.Hte., 05/05/11

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 05/05/2011
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