BELA AOS TEUS OLHOS NO RECÔNDITO UM SER
Não faz muito tempo assisti a um filme onde dois dos personagens em uma conversa discutiam sobre as facetas da personalidade feminina. Foi então que deles disse uma frase que me chamou a atenção por conter uma verdade aparentemente tão simples, mas que nos escapa com uma freqüência muito grande. A frase era a seguinte: “As mulheres bonitas são invisíveis.”
Entendam como belo não apenas a plástica, mas também a sensualidade nata que algumas mulheres possuem que as tornam exuberantes aos olhares masculinos.
Pois bem, baseada no que percebi no enredo daquela conversa. Cheguei a conclusão de que a justificativa de tal comentário era que muitas vezes um homem ao se relacionar com uma mulher assim, essa beleza exerce sobre ele um encantamento tamanho, que seu olhar fica imantado pela beleza da superfície e ali se fixa. O que o impede de ver além e enxergar a pessoa feminina que é essa mulher.
Se não a vê, não a entende. Se não a entende, não sabe lidar com ela. Se não sabe lidar com ela, se confunde. Ao se confundir, a magoa. Se magoar, acaba por perdê-la. E se a ama, no fim se magoa também.
Uma grande verdade! Quantas belas mulheres, famosas ou não, foram e são prisioneiras do estigma da própria beleza. Vistas pela suas superfícies, como superfícies são tratadas pelos outros e muitas vezes por elas mesmas, por não conhecerem outra forma de se relacionar com o mundo ou por não terem opção. Ficando então ocultas por sobre uma bela casca que lhes abrem as portas de salas e quartos. Mas que as fazem passar anonimamente como pessoas pela vida. E com o passar do tempo se o jogo não for virado, perdem a identidade do ser que nelas habitam e se esvaziam. E o pior, que ninguém entende essa tristeza, essa agonia. Porque são elas tão belas! Todos as desejam. Sim, desejam. Mas não a elas, mas a superfície do ser...
Eu me lembrei de uma moça que foi um exemplo extremo de tudo isso. Morreu bem antes da Marilyn... Norma Dean.