CRÔNICA #068: PEGA DOENÇA!
Criança tem cada uma! E, quem nunca foi criança?
Por falar nisso estou me lembrando das nossas traquinagens quando eu tinha os meus nove anos. Nós morávamos na Rua Pero Coelho (antiga rua do fogo), número 50, em Barbalha, Ceará. Era uma rua calma e ao mesmo tempo agitada, vez em quando. Essa calma era ameaça com a passagem de automóveis, caminhões e ônibus que se dirigiam para Crato ou Juazeiro ou de lá vinham.
Nessa época ainda não havia a Avenida Beira Brejo que agora é um contorno da cidade. Então, todo o acesso àquelas cidades forçosamente teria quer ser por dentro dessa urbe. Assim, no nosso tempo livre, brincávamos de esconde-esconde, batalha e amarelinha* nas calçadas que eram bem largas (* em nossa Região chamamos de "pular macaca").
Alguém sugeriu e isso pegou num instante. Para todo pau-de-arara ou ônibus de romeiros indo ou voltando para Juazeiro do Norte, que passagem por nós teríamos que cair sentados no chão e gritar: “Pega doença!”, para que não adoecêssemos de um mal incurável que poderiam transmitir-nos.
Outra coisa maluca que fazíamos era esperarmos que o carro chegasse bem próximo de nós. Daí, corríamos de uma calçada para a outra sem que o carro nos atingisse. Coisa de louco, mas tínhamos que fazer para não sermos chamados de mole. Pior é que os outros que ficavam só observando gritavam: “Azara cão!”
Graças a Deus que ninguém saiu machucado e nem nunca foi azarado pelo capeta.