Nessa vida de gente,

se dá bem quem tem oportunidade, quem tem prestígio e quem tem grana. Afinal, gente é movida por interesse, publicidade e propaganda. Falando nisso, bom tema para uma crônica. Boralá escrevê-la!

Zuria só tem de francês o nome, sua origem vem de uma pequena vila no Sul da Bahia. Cheia de sonho veio para capital Paulista, como muitos fazem, a fim de realização profissional. A bela jovem escolheu vir para a cidade mais cheia do Brasil, cheia de gente, cheia de competição e de concorrentes pouco solidários, quando se trata de conquistar “um lugar ao Sol”. Posso ser mais clara, quando se tenta uma oportunidade. Moça de jeito cigano, que gosta de conhecer lugares, de olhar inquieto, observadora e questionadora. Com muitos vindos de outros estados do Brasil, logo que chegou aqui, Zuria ouviu vários nãos. Até que uma conhecida lhe ofereceu a mão, mas mesmo assim havia muita limitação, sua busca por uma oportunidade na área de moda não seria fácil não! Por meio dessa conhecida a moça conheceu Arthur, um homem mais velho, com boa intenção. Ele via em Ziria uma vontade de realização muito grande, mas nessa Selva Paulista, migrante de vila baiana, não é turista estrangeiro, europeu ou americano, que o povo valoriza, dá abrigo e até esconde da legalização. Ao contrário deles que fazem enxotar brasileiros de seus países, sem nenhuma consideração. Infelizmente nessa terra de pau brasil, muita gente faz questão de ser medíocre, age mesmo assim, prefere ajudar um estranho de outro país, do que um “irmão de sangue” da própria nação. Anos se passaram e Zuria não conseguiu realizar seu sonho, foi se tornando triste, adoeceu, se isolou. Arthur entendia sua dor e sugeriu que ela procurasse ajuda terapêutica. Lá foi a moça, depois de alguns anos trabalhando fora do que queria e com um pouco mais de idade, tratar de sua frustração, sua falta de ânimo e seu desencanto num analista. Talvez Se alguém tivesse olhado para ela / Se tivesse havido oportunidade / Se ela tivesse prestígio / Se ela tivesse grana para bancar sua própria carreira / Se ela desse valor a publicidade e Propaganda... Ou Se não existisse a vontade do sonho... De tentar... Se não tivesse o querer... Não haveria o prazer... e Não valeria a pena viver!

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 04/05/2011
Reeditado em 05/05/2011
Código do texto: T2948992