QUEM   PINTA  E   QUEM   BORDA.



         Recebendo  o orçamento para  colocação de forros de PVC nas casas da pousada da minha associação, o prestador de serviços, em tom de brincadeira ou para testar a minha seriedade, perguntou se eu gostaria que ele me desse um valor maior do que o real. Agradeci a oferta e pedi um desconto. E fiquei a imaginar como é fácil ser desonesto e porque tem tanta gente pintando e bordando  na arte da picaretagem.
      Faço parte da  administração do meu condomínio e nosso contador  é rigoroso com a prestação de contas. Prestador de serviço que não tem nota fiscal, recebe  com RPA, pelo qual recolhemos os encargos.
      Um desses prestadores nos contou  que uma  sindica que devia lhe pagar quinhentos reais por um serviço,   pediu um recibo de oitocentos para poder dar uma “arrumadinha” no seu carro. Nosso  personagem recusou e ouviu o seguinte comentário: tem gente que não sabe viver. Com certeza esta senhora indigna-se com as pilantragens  que estão na mídia, mas não se escusa  de desviar dinheiro dos  condôminos e ainda acha que isto sim, é saber viver...
    Às vezes penso que  pintar e bordar na arte da desonestidade é uma questão genética, herança dos nossos colonizadores, aqueles que vieram lá de Portugal, deportados. Talvez não sejamos totalmente safados , porque temos o sangue do  índio, cujos genes bons,  permanecem em nós, pela mestiçagem. E quem sabe, algo dos escravos africanos ... Que esses genes neutralizem os genes da corrupção.  Mas, esqueçam tudo o que eu disse, honestidade tem muito haver com   educação, valores,  respeito as leis e combate a impunidade e isto não é nada  genético e sim, sócio cultural.