Meu deserto
O deserto é meu lar. Lá consigo olhar para longe e com o vento trazer de volta o passado.
Nas noites frias, contemplo a lua e as estrelas. Com as estrelas me oriento e não me perco jamais.
Quando o luar prateado ilumina as altas dunas à minha frente, uma alegria toma conta de mim, como se uma estrada imaginária estivesse sempre ali, todas as noites. É frio a noite, e me contento com ele, pois o calor do dia me impede de pensar na tranquilidade do deserto.
Meus passos são firmes, como toda caravana que segue para o oriente. Dessa vez, vou a Damasco, vender meus tapetes e meu incenso e trazer para casa moedas de ouro, que darei ao mais belo sorriso da minha amada.
O deserto é minha vida, nele quero morrer um dia, quando minha idade não suportar mais a jornada, pedirei a alguém que me leve pra longe, lá depois das dunas, aonde o vento da tarde sopra com força, e leve a minha alma para o lugar dos fortes.
O deserto é meu lar, minha vida e meu túmulo.