LÓGICA. O BEM E O MAL...

"Por que você se assusta? O que acontece para a árvore, acontece, também, para o homem. Quanto mais deseja elevar-se para as alturas e para a luz, mais vigorosamente enterra suas raízes para baixo, para o horrendo e profundo: para o mal." - Friedrich Nietzsche

Estamos diante da didática do erro que contraria a lógica. A árvore que ganha altura precisa de maior base, mais se enraiza, isto não se assemelha a ir ao encontro do mal, mas ao encontro de se fortalecer para mais crescer. Da mesma forma que o homem que busca alturas espirituais se introverte e se aproxima mais do silêncio, de seu interior, de suas verdades, de suas raízes, de seu Deus; e o faz para crescer espiritualmente.

Incrivelmente falsa a proposição do filósofo.

Nietzsche em sua critica livre, desconsiderando as conquistas dos valores morais maiores, tenta desmistificar o bem diante da crua realidade humana. “Severidade, violência, perigo, guerra, são valores tão valiosos como bondade e paz”, e diz a razão que entende justificada: “Ganância, inveja, mesmo ódio são elementos indispensáveis no processo da luta, da seleção, da sobrevivência. O mal está para o bem como as variações para a hereditariedade, como a inovação e a experiência para os costumes; não há desenvolvimento sem uma quase criminosa violação de precedentes e da “ordem”. Se o mal não fosse bem o mal desapareceria.”

A noção de opostos não os faz iguais. Conhece-se a beleza, o alto, o certo, o honesto, o sincero por existirem seus opostos. Nietzsche sente prazer sádico de ver o mal passeando pelo mundo bem como a crueldade, e afirma que “a crueldade constituiu a grande alegria e o deleite do homem antigo”. Não considerou ter melhorado o homem com o passar dos tempos.

O anjo e o demônio atravessaram a biografia do homem,

estabelecidos padrões pelo livre arbítrio, pela liberdade de vontade.

A opção entre o bem e o mal ocorre por vontade eletiva.

É um discurso da realidade posto que outra não foi ainda adotada e desenvolvida integralmente; a do exercício do bem absoluto.

Nietzsche nada mais faz do que ser radical, incisivo e realista de forma fundamentalista com o que ocorre. Isto, contudo, não transforma o mal em bem. Serão sempre antagônicos, antônimos um do outro, excludentes. O fato de poderem existir em um mesmo plano não os torna coincidentes, nem passíveis de serem colocados sob um mesmo conceito por emanarem da vontade, ou seja, de uma mesma fonte.

E toda essa contestação do filósofo polêmico encontra barra enérgica por lógica. Como é possível o ódio ter o mesmo peso que o amor? O mal e o bem caminharem juntos?

“Não o gênero humano, mas o super-homem é a meta. O alvo deve ser não a melhoria e felicidade da massa, mas o melhoramento do tipo. “Melhor que as sociedades se extingam do que tipos de eleição deixem de aparecer”, afirmava.

Seus conceitos não resistem à lógica.......

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/04/2011
Reeditado em 30/04/2011
Código do texto: T2940146
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