ANTA CIBERNÉTICA * - PARTE II - A IGNORÂNCIA CONTINUA
Um vídeo game tem sempre um joguinho cuja emoção é passar de uma fase para outra. Me lembro do atari, que tinha alex kid e não me esqueço do sonic que eu ficava jogando com a minha filha no super nintendo (que veio antes do pleisteichon). Aquele joguinho do sonic, de pedra, papel, tesoura, era minha perdição em termos de gloria esportiva, já que no dia em que consegui chegar até lá naquela disputa do bonequinho com os porteiros algozes da próxima fase, disputando numa espécie de porrinha eletrônica a passagem para frente, a minha filha já estava quase adquirindo o poder de rainha no castelo encantado. Eu precisava ainda atravessar umas oito fases para alcançá-la.
Tenho esta sensação hoje com o computador. De celular eu nem vou falar. Decidi que o meu vai continuar sendo para sempre apenas um telefone móvel e mais nada. A gente não se dá conta da embromação a que é submetido; se você comprar um carro novo, ele virá com recursos de computador, se você for para qualquer lugar onde tenha luz, provavelmente terá uma lan house que pode ser usada em caso de urgência ou falta de telefone. Na última das hipóteses, um velho orelhão, que ainda é obrigatório por lei. Você terá recursos tecnológicos que lhe acompanharão onde quer que vá. Portanto, o celular pode ser somente um telefone que funcione bem. Ótimo! Mas é para mim, não condeno quem queira ter um de ultima geração. Lembrando sempre que última geração é um negócio que dura umas semanas, no máximo alguns meses. Comprar a vista é sempre recomendável. Pois costuma acontecer de a gente nem ter terminado as prestações de um celular e ele já ser considerado ultrapassado.
Já com o computador eu me sinto mais ou menos como um jogador de atari. Estou familiarizado com downloads, edições, inserção de imagens e links (deve ser a primeira ou segunda fase), há apenas alguns anos luz de distância dos feras das máquinas. E os feras quase todos são para mim como filhos, ou melhor, tem idades para serem meus filhos. Com toda a certeza eu serei sucateado muito antes de aprender tudo o que esta máquina maravilhosa nos disponibiliza.
Resolvi desabafar depois de tentar, tentar, tentar fazer uma capa para um livro em corel, PPS ou word art e diagramar o texto, colocando as páginas na sequência que o mesmo é impresso. Eu pensando que era a pagina 1 com a 2, a 3 com a 4 e assim por diante. Me rendi à ignorância absoluta.
* publiquei há um tempo outra crônica com o título: ANTA CIBERNÉTICA