ESPERANÇAS PERDIDAS
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Começo pedindo desculpas ao poeta, pois o título desta crônica é o mesmo da canção de Delcio de Carvalho, que fez sucesso com o conjunto “Os Originais do Samba”, lá pelos idos da década de 1970.
Delcio não é um nome muito conhecido, porém autor de grandes composições musicais. Seu maior sucesso foi o samba Sonho Meu, de 1978, que compôs em parceria com “Dona” Ivone Lara e que foi gravada, entre outros, por Maria Bethânia, Gal Costa e Clementina de Jesus. A parceria com Ivone Lara rendeu ainda outras belas canções como Alvorecer, Acreditar, Liberdade e Minha Verdade. Em 1974, teve a composição Serenou imortalizada por Elizeth Cardoso, que a transformou num grande sucesso.
Nascido em 1939, filho de pai saxofonista, Delcio começou como cantor em Campos (RJ). Mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde participou de programas de calouros, chegando a trabalhar como cantor em cabarés de subúrbio.
O principal motivo que me leva a escrever este texto não é falar sobre a obra de Delcio, mas sim de alguns versos da canção que dá título à crônica, e que ele compôs com Adeilton Alves, filho do inesquecível Ataulfo Alves. Os versos iniciais são uma verdadeira obra-prima, típico de quem possui uma grande sensibilidade, não só artística, mas também humana.
Quantas belezas deixadas nos cantos da vida
Que ninguém quer e nem mesmo procura encontrar
E quando os sonhos se tornam esperanças perdidas (*)
Que alguém deixou morrer sem nem menos tentar
É isso! Quanto da vida deixamos de usufruir pelo fato de nem tentarmos?
Continua o poeta:
E a beleza encontro no samba que faço
Minhas tristezas se tornam um alegre cantar
É que carrego o samba bem dentro do peito
Sem a cadência do samba não posso ficar
Não importam os motivos e nem as consequências. Importa ter a consciência de que nada é impossível e não se deve desistir sem, pelo menos, tentar. O poeta encontrou no samba que faz, a resposta que buscava. Cada um de nós pode encontrar essa mesma resposta, principalmente se tivermos em mente que “o medo de perder tira a vontade de ganhar”.
(*) Nota: Em vários locais onde pesquisei a letra, o terceiro verso da primeira estrofe diz “E quando os sonhos se tornam esperanças perdidas”. Ao ouvir a canção interpretada pelos Originais do Samba, tenho a nítida impressão de que eles cantam “E quantos sonhos se tornam esperanças perdidas”, o que, na minha opinião, condiz mais com a letra como um todo. De uma forma ou de outra, essa pequena dúvida não tira a beleza envolvente da letra.
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Começo pedindo desculpas ao poeta, pois o título desta crônica é o mesmo da canção de Delcio de Carvalho, que fez sucesso com o conjunto “Os Originais do Samba”, lá pelos idos da década de 1970.
Delcio não é um nome muito conhecido, porém autor de grandes composições musicais. Seu maior sucesso foi o samba Sonho Meu, de 1978, que compôs em parceria com “Dona” Ivone Lara e que foi gravada, entre outros, por Maria Bethânia, Gal Costa e Clementina de Jesus. A parceria com Ivone Lara rendeu ainda outras belas canções como Alvorecer, Acreditar, Liberdade e Minha Verdade. Em 1974, teve a composição Serenou imortalizada por Elizeth Cardoso, que a transformou num grande sucesso.
Nascido em 1939, filho de pai saxofonista, Delcio começou como cantor em Campos (RJ). Mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde participou de programas de calouros, chegando a trabalhar como cantor em cabarés de subúrbio.
O principal motivo que me leva a escrever este texto não é falar sobre a obra de Delcio, mas sim de alguns versos da canção que dá título à crônica, e que ele compôs com Adeilton Alves, filho do inesquecível Ataulfo Alves. Os versos iniciais são uma verdadeira obra-prima, típico de quem possui uma grande sensibilidade, não só artística, mas também humana.
Quantas belezas deixadas nos cantos da vida
Que ninguém quer e nem mesmo procura encontrar
E quando os sonhos se tornam esperanças perdidas (*)
Que alguém deixou morrer sem nem menos tentar
É isso! Quanto da vida deixamos de usufruir pelo fato de nem tentarmos?
Continua o poeta:
E a beleza encontro no samba que faço
Minhas tristezas se tornam um alegre cantar
É que carrego o samba bem dentro do peito
Sem a cadência do samba não posso ficar
Não importam os motivos e nem as consequências. Importa ter a consciência de que nada é impossível e não se deve desistir sem, pelo menos, tentar. O poeta encontrou no samba que faz, a resposta que buscava. Cada um de nós pode encontrar essa mesma resposta, principalmente se tivermos em mente que “o medo de perder tira a vontade de ganhar”.
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