DO PASTORIL PROFANO AS COROAS
 
Eu fico pasmo quando alguém diz pra mim que foi ao teatro e ao chegar lá assistiu um dos espetáculos da Companhia Paraibana de Comédias. Realmente, ele foi ao teatro, passou alguns minutos de entretenimento, mas só ouvindo coisas ditas por mais ou menos uma meia dúzia de rapazes alegres que se acham serem atores, e pior comediante apenas por estes carregarem nos palavrões que os mesmo soltam nas suas apresentações, e detalhe por causa destes rapazes que se acham estar com a bola cheia para muitos já não dizem nada, pois quem faz teatro sabe muito bem que o teatro não se resume nestas coisas, e que o burlesco faz muito além de soltarem estas palavras em vão. O teatro deles é feito de textos esdrúxulos, de palavras em desuso, isto é se alguém quando se encontra num palco.
 
Também, percebam, não quero ir de contra as opiniões de muitos, recordo bem que muitos destes que trabalhavam desta forma, em circos mambembes, para atraírem o publico, o espectador usavam deste método prendendo a atenção de todos. Neste o diretor do espetáculo a meu ver exagera me parece ter pouca experiência no assunto referente a teatro.
 
Porque é muito diferente um artista que faz circo, ou cinema, que seja televisão para aquele que faz teatro, e se achar entendido, no assunto. Já com mais de dezoito anos nesta estrada de altos e baixos, fazendo um ou outro ri com suas falas efeminadas, seus trejeitos engraçados e assim, enganando a um e a outro estes vão brincando de enganar e tirar o rico dinheirinho do bolso de outros que querem ou não fazer teatro e verem algum resultado pelo menos da parte dos homens que são de uma maneira ou outros expectadores assíduos destes rapazes bastante alegres.
 
Mesmo assim, sem pretensão nenhuma de agredir quem quer que seja que venha o pastoril profano, que venha com as coroas, que possa ser as fãs de Roberto, sempre dão um jeito de alavancar multidões. E sendo assim do Pastoril as Coroas estes rapazes de certa forma sabem agradar, tiro o meu chapéu para muitos ali presentes não por estes fazerem ou não teatro, mas pelo brio que muitos dão ao espetáculo encenado, mesmo isto não sendo teatro. Mas aplauso os mesmos por serem meus irmãos e camaradas.