Atchim!
Final de tarde cinzento.
Cães que ladram se revezam.
O meu corpo entre arrepios pede cama.
Antes do anoitecer prometo-me não me entregar.
Mas, com a cabeça vazia sou incapaz de criar ou entender o quê leio.
Um atchim parte ao meio a minha expectativa de final de semana aproveitável.
Engulo, de hora em hora, gotas de homeopatia.
A febre regrediu, sinto-me mais fria.
Quem não pode ficar de pé, se senta...
Digito o que a minha cabeça pensa.
Pensa?
As palavras que expresso estavam imprensadas na minha garganta.
Tenho amígdalas como crianças, mas não posso berrar.
Consciente de que preciso descarregar, libero outro: Atchim!
Rendo-me enfim; eu vou repousar.