Atchim!

Final de tarde cinzento.

Cães que ladram se revezam.

O meu corpo entre arrepios pede cama.

Antes do anoitecer prometo-me não me entregar.

Mas, com a cabeça vazia sou incapaz de criar ou entender o quê leio.

Um atchim parte ao meio a minha expectativa de final de semana aproveitável.

Engulo, de hora em hora, gotas de homeopatia.

A febre regrediu, sinto-me mais fria.

Quem não pode ficar de pé, se senta...

Digito o que a minha cabeça pensa.

Pensa?

As palavras que expresso estavam imprensadas na minha garganta.

Tenho amígdalas como crianças, mas não posso berrar.

Consciente de que preciso descarregar, libero outro: Atchim!

Rendo-me enfim; eu vou repousar.

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 29/04/2011
Código do texto: T2938836
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