No palco da existência
Águida Hettwer
Vivemos em um mundo globalizado, recheado de modismo, massificado em consumismo, para preencher o grande vazio de nossas existências. Entretanto, Heidegger foi um filosofo além de sua época, pois já previa isso.
Em sua obra Ser e Tempo, nos revela sua maestria em fazer referencia a busca do ser, do qual teria caído no esquecimento. Estimula-nos a acordar para a realidade, e estar consciente num encontro consigo mesmo, sensibilizando-nos a fazer escolhas, mesmo que estas escolhas gerem conseqüências.
E não sermos apenas vitimas do acaso, numa experiência pessoal, singular e intransferível, por que ninguém pode viver por nós, sentir, pensar e agir e isso possibilita liberdade, mesmo que esta gere angustia aonde nos vimos largados no mundo a própria sorte.
Entretanto temos a liberdade nas mãos, angustia é ruim, contudo libertadora, onde nos proporciona galgar a construção de nós mesmos. Cabe ao homem dar sentido a sua vida, pois a única certeza que temos é a morte. Não podemos acrescentar um segundo a mais ou a menos neste palco de existência. Vida autentica é o presente, o “agora”, fazendo diferença consigo mesmo.
O mundo no qual o homem se encontra, é um grande desafio a ser conhecido e enfrentado. E sem renunciar o impessoal não há liberdade autentica. Entretanto ser no mundo, pressupõe, ser com os outros e para os outros.
Há um “chamado” na obra de Heidegger, um despertar-se para vida autentica, enaltecendo a liberdade, uma mutua dependência entre essência e existência em realização plena do homem.
Uma vida, onde se vive à sombra dos outros, limitando possibilidades, sufocando o particular e singular, leva o sujeito a estar sujeito a uma existência inautêntica e sem nexo.
No palco da existência somos protagonistas da nossa história.
27/04/2011