o lugar da reflexão é também o da salvação.

Baseado em fatos.

Hoje tive provas concretas, mentais, físicas ou espirituais, sei lá, algo do tipo, de que na vida realmente tudo é relativo. Inegável dizer isso, ainda mais quando o universo, juntamente com as questões mais abstratas e sul reais da Terra parecem conspirar detalhadamente contra você. Em tudo!

Seu destino que nunca chega, ou parece mais distante do que o normal, quilômetros mais distante eu diria. O engarrafamento que parece não ter fim, pois justamente neste dia parece ter o triplo de veículos na rua. E o pior, você está em plena via seletiva, pra que simplesmente não possa descer do ônibus ou encostar o seu carro e respirar, enfim.

Ah e os sinais? Gente, os sinais... Estes, todos na cor vermelha, TODOS! Será castigo por não gostar muito da cor verde? Que fosse preto ou cor de rosa, tudo, só que a cor que você não quer ver neste momento é a droga do vermelho, e lá está ela.

Bom...

Eis que se consegue descer do veiculo que você está... O que não significa o fim de um drama. O universo continua a se divertir com você, a gargalhar incessantemente da sua cara, que neste momento já apresenta feições desesperadas. Sua reunião de suma importância já não interessa mais, ela que se exploda, e ainda assim a pressa aumenta, você quer um livro, quer música, quer virar fumaça, porém nada adianta. Se tem algo que sabe com perfeição como conspirar, é o Universo. Acreditem!

As pessoas começam a notar seu rosto, e perceber que você está em apuros. Elas fazem parte do universo e da conspiração, e não satisfeitas te pedem informações:

“_Onde fica a rua tal? Pode me informar as horas?”.

Por fora você tenta ser simpático, dá até a informação errada pra se livrar mais rápido da situação, pois sua mente não se lembra de mais nada que não seja a chegada logo ao seu destino. A rua, que no dia anterior estava perfeita, agora está passando por obras de reforma, e você precisa fazer uma série de desvios, oh angústia, oh mundo cruel. Você pensa já ter caminhado quilômetros. Algo te impede de correr, e mesmo, de andar mais de pressa, algo que vem lá do fundo... Correr só vai piorar as coisas, mas andar de vagar também não vai adiantar.

Mas onde há esperança há vida, já dizia o filósofo do trono, e você, finalmente avista seu prédio destino, mas o porteiro não está, e quebrar o blindex não é a melhor solução, mas é a única coisa que, com raiva, você pensa. É o fim! Ainda não, pois uma pessoa abençoada (que ela tenha toda sorte deste mundo nesta vida) sai do prédio e você consegue entrar. A cobertura – andar pro qual você vai – se torna o teto do mundo, o Céu, a Torre Eiffel.

O elevador (ele faz parte da conspiração, há câmeras nele) neste dia pára em quase todos os andares, e no penúltimo andar alguém ainda segura a porta pra conversar com um vizinho, pois não percebeu que havia passageiros dentro dele. Socorro! Mas você chega, e sente que ainda está em tempo, e finalmente tudo se resolve... Ufa! Não precisa suar mais frio, a palidez vai indo embora, até que você finalmente consegue se recompor a tempo ainda de pegar sua caneta na bolsa pra registrar...

Essa crônica, que foi feita daqui...

Do lugar da reflexão que é também o da salvação,

Do local predileto do filósofo do trono

De onde concluo que na vida tudo é relativo...

Que um minuto, eu diria menos... 25 ou 30 segundos é muito tempo.. Eu diria uma eternidade...

Dependendo de que lado da porta do banheiro você está!