Tibúrcio
Tibúrcio, era conhecido como um grande homem. Sua pele escura o diferenciava dos outros homens brancos. Fumava caximbo e era açoitado todas as terças feiras, pelos seus donos que nao eram negros.
Como, ele, haviam outros tantos qua apanhavam nas segundas, nas quartas feiras e mesmos nos dias sem descanço, aos domingos. Tibúrcio alimentava a esperança da liberdade. Sonhava em ser livre.
As vezes, no vazio das noites tristes, sem sono, ele ouvia os lamentos vindos do pátio, aonde um tronco era testemunha da dor da sua gente.
Quando o dia amanhecia o ranger das carroças anunciavam novo dia de serviço na cana, aonde o sol queimava e a sede era imensa.
Mas ele nao esmurrecia, porque se chamava Tibúrcio, o forte.
O tempo passou, a dor ficou. O tronco cortado, a escravidão abolida,mas a senzala ficou.
Hoje, quando algumas pessoas atentas ao passado passam por lá,aonde Tibúrcio vivia, juram ouvir o silêncio da dor de Tibúrcio, que sofreu calado, como tantos outros da sua gente...