O NOVO MILÊNIO E OS COMPUTADORES
Chegou o ano 2000, e na virada do Milênio, entre fogos, brindes e flores ao mar, ninguém notou que algo estranho acontecera. Os prédios desapareceram, os luxuosos iates transformaram-se em antigos barcos à vela; em um passe de mágica, trajávamos roupas de época e o relógio de bolso marcava o primeiro minuto do ano 2000. O que acontecera? Todos ficaram atônitos. Haveria o mundo acabado, coforme previsão de algumas seitas religiosas? Estaríamos nós no Paraíso?
O Rio de Janeiro com sua paisagem primitiva, desaparecera com o Aterro do Flamengo. Ninguém estava entendendo nada, até que um louco saiu gritando pelas ruas - "Estamos no ano de 1900!"
O que estava dizendo? Só havia uma explicação: bebemos demais e o álcool tinha causado um tipo de retardamento mental global.
Tentei voltar para casa, mas foi impossível. Não sabia mais onde morava. Acho que meu bairro também desaparecera. Não havia ônibus, metrô, trânsito. Acabou a poluição... Meu Deus! havíamos voltado no tempo. Como mágica, toda a nossa tecnologia havia se escoado feito lama por um ralo qualquer.
Ninguém sabia explicar o que estava acontecendo. Os repórteres corriam de um lado para o outro, tentando alguma informação, mas não sabiam onde funcionava a sua redação. Até que um deles conseguiu chegar a um sobrado onde funcionava uma arcaica tipografia. E os computadores? Eureca!!! Foram eles que causaram toda esta confusão! Mas, o sistema havia sido ajustado para a chegada do ano 2000. Como entrar em contato com o resto do mundo?
As informações custaram, mas chegaram. Uma pane no sistema central da Microsoft criara uma imagem virtual e tudo se transformou, como se tivéssemos voltado no tempo. Que legal! Que boa oportunidade para o homem começar a reconstruir o seu futuro, já o conhecendo. As primeira e segunda guerras mundiais, poderiam ser evitadas. Não precisaríamos inventar a bomba atômica; poderíamos preservar melhor a natureza para que a camada de ozônio não fosse destruida. Será que vamos conseguir? Já estávamos animados com o futuro, quando de repente, tudo voltou ao normal. Um único computador que restara, conseguiu desfazer a confusão. A imagem virtual foi se desfazendo e o caos voltou a reinar. Nada mudara, nada na verdade mudaria, pois para que esse sonho de um futuro melhor se tornasse realidade, precisaria muito mais do que uma pane geral nos computadores da terra; precisaria mesmo é de uma mudança radical no coração do homem e este parece que ainda não tem jeito, pois está difícil de se encontrar uma vacina para curar o virus que o infectou.