Vinte centavos é dívida.
Comprei uma garrafinha de água num Bar e dei R$ 50,00 a única nota que eu tinha, para o rapaz cobrar R$ 1,50. Como ele não tinha troco, juntei minhas moedas, mas só achei R$ 1,30.
O rapaz gentilmente as aceitou, mesmo assim, eu me comprometi que quando passasse por ali, lhe daria os R$ 0,20.
Dez dias se passaram sem que eu tornasse a passar perto do Bar, mas hoje saí a propósito, só pra me livrar do compromisso; de bom grado, paguei a dívida acrescida dos juros que julguei procedente. O fiz mais por mim que pelo dono do Bar.
Lembrei de uma senhora que levou uma culpa pela vida toda, por não ter voltado pra pagar o pacote de bolacha que o dono de um pequeno bar lhe permitiu levar para o filho de colo. "Não voltei porque o valor era tão pequeno que fui protelando...”
Quando já bem velhinha, ela tornou a falar no assunto ao filho que agora estava com mais de 40 anos, e ele sugeriu: “Mãe, passa lá e coloca o equivalente embaixo da porta, ao menos a senhora se livra do compromisso!”
Ao que ela respondeu com pesar: “Agora é tarde, aquele bom homem já deve ter morrido...”