Tragédia Escolar...
As rígidas normas de segurança das agências bancárias, prédios comerciais e condomínios residenciais irritam a maioria das pessoas no dia a dia atribulado. As escolas por serem territórios onde, geralmente, o maior valor é o conhecimento e a cultura, sempre foram de acesso fácil. A tragédia escolar em Realengo, Rio de Janeiro, demonstrou que não existe ambiente livre de desajustados, doentes e fanáticos. A cautela e prevenção deveriam vir antes da tragédia. Impedir a entrada de aluno antigo e conhecido, quase impossível. Detectar uma arma, munição e atitude estranha, fácil para qualquer profissional treinado e habilitado para a função. Um segurança com um detector de metais portátil ou entrada principal com dispositivo semelhante, evitaria não só pessoas problemáticas, mas também alunos, professores e funcionários com porte de arma ilegal. Brigas, agressões à professores, contaminação de traficantes no ambiente escolar, já deveriam ser alertas de um maior cuidado por parte de nossos gestores educacionais. Declarar na televisão que o episódio era impossível de se imaginar, é enterrar no esquecimento as armas que já foram encontradas com alunos dentro da escola, com procedência das mais diversas. O acesso do assassino foi inevitável, mas armado com poderio bélico de guerra, uma lastimável falta de percepção da atualidade conturbada e violenta. Meu desejo é que o sangue e a dor destas crianças motivem a reflexão de que vivemos uma realidade onde todos devem contribuir para uma segurança possível, inteligente e profissional. Que o choro e a comoção das nossas autoridades resultem em atitudes concretas para a segurança e o desenvolvimento das nossas crianças e adolescentes, usando com responsabilidade e rigor nossos impostos pagos com o suor do trabalho e não com o sangue dos nossos filhos.