Nascer poeta
 
            Dizem, e eu não acredito nada, que a pessoa nasce poeta.
            Ora, nascer como? Acaso existe um genoma que foi descoberto no organismo dos poetas? Não foi não.
            A pessoa nasce, isto sim, com boa formação hereditária, e logo após passa por um processo de educação sadia, mesmo que primária.   Convive neste meio e dele não sai.   Surge o poeta, o pintor, o músico e tantos outros artistas. Se ele vai desenvolver seus talentos, ninguém sabe.
            Mas é homem diferenciado, sempre sensível aos acontecimentos externos, emotivo e com boa índole. Tome como exemplo algum poeta conhecido. Acaso ele foi, ou é um canalha? Certamente que não. A arte não prolifera no esgoto, mas em terreno fecundo. E assim temos representantes na poesia que falam do amor, na saudade, nas agruras da vida e alguns na depressão. Particularmente, não gosto desta última, quando se torna uma característica do autor.
            É certo que grandes nomes, nos ramos da arte, tiveram seus maus momentos, todos temos, e algumas peças refletiram o estado d’alma, ferida ou revoltada. Mas foram episódios passageiros ou nem tão rápidos. Tomo como exemplo Chopin. Muitas das suas peças traduzem profunda tristeza, principalmente os Noturnos. Outros são de uma vivacidade incomum. Alegres e comunicativos com nossas almas.
            Paro. Deixo ao leitor as suas próprias conclusões.


Imagem:  Noel Rosa/Google
Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 26/04/2011
Reeditado em 26/04/2011
Código do texto: T2931612
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