Xadrez, o jogo dos reis

Aos grandes amigos deste recanto. Como um grande apaixonado que sou pelo que é considerado "o jogo dos Reis" não poderia deixar de expor minha singela crônica neste nobre espaço.

Enxadristas de todos os cantos do planeta.

Nunca está bom!

Das quatro classes de jogadores, (os sábios não entram em classes) a terceira - transição de jogador forte para mestre - é a mais complexa. Jogadores fortes (muito fortes aliás) que pensam que ainda são fracos, e que talvez já estejam no primeiro nível mestre sofrem um bocado com a busca incessante pela perfeição de movimentos magistrais, e brilhantismo de lances nada inocentes. Eles estão por toda parte tentando provar a si mesmos, e aos outros, uma condição que nem eles entendem. Não basta ganhar, pois a vitória não significa nada além da questão de que o oponente era fraco demais, a vitória tem de ser suada, mas sendo, acreditam que não são suficientemente bons, e que no mundo é possível que haja alguém melhor, e nestes está contida a necessidade de enfrentamento, eles precisam saber mais e mais, e nunca param. Já grandes mestres "precisam" de uma sensação diferente, de que todas as partidas pareçam fáceis, pareçam! Por mais problemas que elas apresentem. Eles precisam jogar e não somente ganhar, mas ganhar, como se fosse o oponente, um iniciante capivaresco, a derrota é um caos. A busca pela precisão, em um mundo com milhões de possibilidades, torna o cenário enxadrístico algo inusitado, repleto de jogadores fracos que se acham fortes, fracos que sabem sua condição, os mestres (sabem para ensinar), os grandes mestres, e acima deles, os sábios, que se apresentam em uma condição além de grande mestre, mas que não precisam provar isso a ninguém, e o melhor, nem a si mesmos, pois pra estes, uma improvável derrota sería algo perfeitamente admissível até mesmo contra um simples comedor de peças...

Prof Cristiano Cruz
Enviado por Prof Cristiano Cruz em 25/04/2011
Reeditado em 10/05/2011
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