O São Paulo F C
O antigo São Paulo da Floresta começou a disputar o campeonato paulista de futebol em 1930. Nesse ano o campeão foi o S. C. Corinthians Paulista. O São Paulo F. C. aproveitou quase a totalidade dos jogadores do Clube Atlético Paulistano e formou uma grande equipe. Ficou na segunda colocação.
No primeiro clássico daquele ano o São Paulo enfrentou o Palestra Itália e houve um empate por 2 x 2. O São Paulo da Floresta formou com Nestor, Clodo e Bartô; Miltom, Bino e Booch; Luizinho, Mário Seixas, Friedenreich, Rato e Zicanela. O Palestra Itália jogou com Nascimento, Amilcar e Miguel; Pepe, Gogliardo e Serafini; Ministrinho, Carrone, Heitor, Lara e Osses.
Em 1931 o São Paulo foi o campeão paulista. No primeiro jogo um empate de 2 x 2 na Vila Belmiro contra o Santos F. C. Os quadros formaram assim: Santos F. C. Athié, Pinheiro e Meira; Osvaldo, Roberto e Alfredo; Camarão, Feitiço, Vitor, Mário Seixas e Evangelista. O São Paulo F. C. Nestor, Clodo e Bartô; Miltom, Bino e Arminana; Luizinho, Siriri, Friedenreich, Biba e Armandinho.
Em 1932 o campeão foi o Palestra Itália e o primeiro jogo do São Paulo foi contra a Portuguesa de Esportes (há época assim designada).
Placar Portuguesa 4 x 2 São Paulo. Portuguesa com Teixeira, Raposo e Machado; Barros, Duílio e Ramon; Dimas, Russinho, Sales, Alberto e Luna. O São Paulo formou com Joãozinho, Clodo e Bartô; Milton, Bino e Flávio; Luizinho, Armandinho, Friedenreich, Araquém e Junqueirinha.
Após muitas discussões sobre adotar ou não o profissionalismo, ou continuar no amadorismo, 8 clubes adotaram o futebol profissional, dentre eles o São Paulo, em 1933. Nesse ano o campeão foi o Palestra Itália, também vencedor do primeiro torneio Rio - São Paulo. O futebol carioca já adotara o profissionalismo.
No campeonato paulista de 1933 o São Paulo ainda tinha um grande time de futebol e disputou palmo a palmo com o Palestra Itália. No jogo final do campeonato deu Palestra 1 x 0 São Paulo. As equipes foram assim formadas: São Paulo F.C. José, Sílvio e Iracino; Rafa, Zarzur e Orozimbo; Luizinho, Armandinho, Friedenreich, Araquém e Hércules. O Palestra Itália com Nascimento, Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Tufi; Avelino, Gabardo, Romeu Peliciari, Lara e Imparato.
Em 1934 o São Paulo da Floresta começava a dar mostras de que o profissionalismo começava a pesar no orçamento do clube. Mesmo assim, ainda manteve um grande elenco e foi vice-campeão paulista, com o Palestra conquistando o tri-campeonato. Num dos jogos importantes do campeonato, o Palestra Itália venceu o São Paulo por 2 x 0. Os quadros foram estes: São Paulo F.C. Jurandir, Agostinho e Iracino; Rafa, Zarzur e Orozimbo; Junqueirinha, Araquém, Friedenreich, Bindo e Hércules. O Palestra Itália com Aimoré Moreira, Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Tufi; Álvaro, Gabardo, Romeu Peliciari, Lara e Imparato.
O São Paulo Futebol Clube que conhecemos hoje, surgiu em 1935, depois de uma reunião de velhos diretores do clube anterior (o São Paulo da Floresta) e de novos adeptos do tricolor como o tenente na época Porfírio da Paz. Esse grupo deu uma nova vida ao clube. Ficou resolvido que o clube aderiria ao profissionalismo, para a disputa do certame paulista de futebol. Para comemorar o fato foi marcada uma partida amistosa, no Parque Antártica, contra a Associação Portuguesa Santista, que na época tinha um bom time.
O São Paulo já não tinha o time de 1933 ou de 1934 uma vez que muitos jogadores haviam ido para o futebol do Rio de Janeiro, que oferecia melhores condições do que o futebol paulista, como profissional.
Nesse amistoso o São Paulo venceu por 3 x 2 jogando com King, Rui e Picareta; Ferreira, José e Segôa; Antoninho, Gabardo, Fogueira, Carrazzo e Paulinho. A Portuguesa Santista formou com Rato, Pipim e Arlindo; Del Popolo, Arquimedes e Argemiro; Véga, Armandinho, Roberto, Tim e Gildo.
No campeonato paulista de 1936, vencido pelo Palestra Itália, o São Paulo ficou em 8º lugar. No primeiro confronto com o Palestra ele perdeu por 3 x 0. O São Paulo jogou com King, Anibal e Garcia; França, Sidnei e Felipeli; Ministrinho, Gabardo, Alemão, Lopes e Paulinho. O Palestra Itália venceu com Jurandir, Carnera e Beluomini; Tunga, Dula e Del Nero; Machina, Luizinho, Moacir, Rolando e Matias.
Já em 1938, o São Paulo aplicou uma goleada no Palestra Itália por 6 x 0, e foi vice campeão, com o Corinthians sendo o campeão paulista. O São Paulo formou nessa partida com Pedrosa, Agostinho e Iracino; Fioroti, Lizandro e Felipeli; Mendes, Armandinho, Eliseo, Arakém e Paulo. O Palestra Itália foi de Jurandir, Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Del Nero; Filó, Lima, Barriloti, Feitiço e Matias.
Nessa partida duas curiosidades: Filó, antigo ponta do Corinthians da década de 1920, jogou várias partidas pelo Palestra Itália. Ele tinha vindo da Itália onde fora reserva da Seleção Italiana, em 1934 e 1938, no bicampeonato mundial da azurra. Seu nome era Anfilóquio Guarizze.
Também era o primeiro campeonato de Eduardo Lima, um dos maiores jogadores de todos os tempos do Palestra / Palmeiras.
Outra curiosidade, o goleiro Pedrosa (Roberto Gomes Pedrosa) viria a ser presidente do São Paulo, e da Federação Paulista de Futebol. Seu nome foi dado, também, ao torneio Rio-São Paulo, e depois ao Robertão (de 1967 a 1970 era o campeonato Nacional).
O São Paulo e o Palestra Itália, depois Palmeiras, dominaram os campeonatos paulistas na década de 1940 até 1950. Senão vejamos: 1942 Palmeiras, 1943 São Paulo, 1944 Palmeiras, 1945 – 1946 São Paulo, 1947 Palmeiras, 1948 – 1949 São Paulo, 1950 Palmeiras.
O São Paulo, muito bem dirigido, trouxe para sua equipe o maior jogador de futebol do Brasil, na época: Leônidas da Silva, que foi comprado ao Flamengo por 200 contos de réis. Uma fortuna em 1942. Pouco depois foi buscar na Argentina o grande “Dom” Antônio Sastre, um mestre do meio de campo. E o tricolor montou um time praticamente imbatível.
O Palmeiras de 1942 tinha a equipe base formada com Oberdam, Junqueira e Beliomini; Zezé Procópio, Og Moreira e Del Nero; Cláudio, Romeu Pelicciari, Echevarrieta, Lima e Pipi. O São Paulo, em 1943, tinha sua equipe base formada com King, Piolim e Florindo; Zezé Procópio, Zarzur e Noronha; Luizinho, Sastre, Leônidas, Remo e Pardal. Zezé Procópio era o mesmo que havia jogado pelo Palmeiras no ano anterior.
Nos anos seguintes, 1951 e 1952 o Corinthians foi bicampeão paulista tendo como vice-campeão o Palmeiras em 1951 e o São Paulo em 1952. Em 1953 o tricolor voltava a ser campeão paulista, feito que viria a repetir apenas em 1957. A partir de 1955 o Santos F. C. começa a despontar como um time quase imbatível (venceu o certame paulista de 1955 e 1956) e, principalmente a partir do aparecimento de Pelé, o maior jogador de futebol que já apareceu. Entre 1958 e 1969 só o Palmeiras conseguia deter o poderoso Santos (campeão em 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969). O Palmeiras foi o campeão paulista de 1959, 1963, 1966.
Em 1970 o São Paulo quebra o jejum de 12 anos e se torna o campeão paulista. A equipe tricolor contava com Gérson, Pedro Rocha, Toninho Guerreiro (que havia sido tricampeão paulista pelo Santos F. C. , 67, 68 e 69 e seria pelo tricolor em 70 e 71. Toninho foi pentacampeão, de verdade) e outros bons jogadores. Em 1971 o São Paulo sagra-se bicampeão paulista e vice-campeão do primeiro campeonato brasileiro, atrás, apenas do C. Atlético Mineiro.
Em 1975, o São Paulo volta a vencer o certame paulista, numa final contra a Portuguesa de Desportos. Em 1980 e 1981 o tricolor chega ao bicampeonato paulista. Em 1980 contra o Santos F. C. e em 1981 contra a A. A. Ponte Preta de Campinas. Em 1985, 1987 e 1989 o tricolor volta a vencer o campeonato paulista. Em 1985 contra a Portuguesa de Desportos, em 1987 contra o Corinthians, e em 1989 contra o São José. Em 1991 e em 1992, o São Paulo chega ao bicampeonato paulista. Já na época do grande técnico Telê Santana. Em 1991 o vice-campeão foi o Corinthians e em 1992 o vice-campeão foi o Palmeiras.
Em 1998, em 2000 e em 2005 o tricolor volta ao título paulista. Em 1998 o vice-campeão foi o Corinthians, em 2000 o vice-campeonato ficou com o Santos F. C. e o último título paulista, até 2010, do tricolor teve novamente o Corinthians como vice-campeão.
Tentamos apresentar um pouco da história do São Paulo F. C., um dos maiores clubes de futebol do Brasil, em todas as épocas.
Laércio Rossi
Abril de 2011