PARA TUDO!

Caminhava eu, pelo salão da empresa onde trabalho, em busca de informações com alguns colegas, para colher dados referentes a uma pesquisa que a minha sessão estava realizando. Entre uma coluna e outra, em meio a inúmeros containers, ouço uma voz que em alto e bom som, brada alegremente:

- Para tudo! Para tudo! Essa é uma hora especial e sagrada!

Todo o grupo olha em direção a voz e deparamos com o colega Wilson que em abruptada – por que não dizer aloprada - investida, derrubando alguns demarcadores de filas, vem correndo em minha direção e me abraça fortemente, beijando sofregamente meu rosto em ambos os lados, permanecendo abraçado em mim por alguns segundos, deixando os colegas meio que apalermados, pela situação inusitada.

Para eles, era surpresa. Para mim, nem um pouco. Esse garoto era na época, minha paixão secreta. Há muito tivemos um aconchego prá lá de torrencial. Arrastei um caminhão por ele. Foi paixão mesmo. Daquelas com direito a fossa e tudo mais de direito. Bebedeira então, das grandes. Felizmente, a fase aguda passou.

Há algum tempo, me recuperei do mal, também chamado de paixão. Já consigo vê-lo e resistir ao ímpeto de querê-lo novamente, somente para mim, de rotulá-lo como meu. Somente meu.

Nevinha
Enviado por Nevinha em 24/04/2011
Reeditado em 02/02/2022
Código do texto: T2928793
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