CRÔNICA #063: POR QUE, DEUS?

Esta é uma história real. Por questão de segurança, os nomes de pessoas e lugares foram substituídos por fictícios para manter a privacidade da protagonista.

Muitas vezes agimos inconsequentemente, não calculamos bem os riscos e no final das contas nos damos mal. Depois, com a cara bem lavada, com aquele ar de inocência, perguntamos ou cobramos do Senhor: “Por que, Deus”? Será que Ele precisa responder a tais perguntas, visto que já temos todas as respostas em nossos atos ou omissões?

No final de setembro de 2010, rotineiramente, Drª Madeleine, uma médica do interior do Estado, se dirigia da cidade litorânea de 'Dead Pit' para Martinlândia, onde trabalha em um PSF. Seria apenas cerca de 45 Km a distância a ser percorrida, como costumeiramente fazia. Ela não estava atrasada, mas em cima da hora, contanto cada minuto restante para não chegar atrasada. Desenvolvia velocidade muito acima da recomendada, entre 140 a 150 Km/h. Era uma grande imprudência trafegar naquela rodovia nesse range de velocidade. Embora fosse muito cedo, a autoestrada praticamente deserta, não era nada seguro correr tanto. E se acontecesse algum imprevisto? Haveria tempo hábil para dele se desviar?

Nesse instante, uma voz bem forte ressoa em seu interior, a voz inconfundível do Espírito Santo a dizer-lhe: “Minha filha! Põe o teu cinto de segurança, pois há um grave acidente a tua espreita, logo adiante”! Imediatamente a jovem médica colocou o seu cinto, mas em nada aliviou o seu pé, mantendo a excessiva velocidade.

Dito e feito! Logo adiante, faltando uns 5 Km para chegar em Martinlândia, numa reta, vindo do matagal, surge um rebanho caprino que invade a pista, no exato momento que a Madeleine se aproximava do local. Um frenada brusca de riscar o asfalto, apesar dos eficientes discos ABS, não puderam impedir a colisão com o inocente rebanho que tentava alcançar o atraente relvado do outro lado da pista. Só se via cabras e bodes no ar, como se estivessem a voar entre uma garoa sangrenta.

O automóvel, de apenas 3 meses de uso, sofreu um triplo capotamento finalizado com os pneumáticos no solo. Madeleine recobrando-se do susto, desafivelou o cinto de segurança e saiu atordoada do veículo, sem ainda entender o que havia ocorrido. Apenas o local onde ela sentada dirigia ficou intacto, como uma redoma. O restante do caro ficara totalmente destruído. Foi dado como perda total. O pior é que ela iria fazer o seguro na próxima segunda-feira.

Com um coração super agradecido, ela olha para o céu e agradece a Deus por sua vida ter sido preservada. Mas, em seguida, inconformada pergunta ao Senhor:

- “Por que, Deus, Tu me avisaste do acidente, mas não o evitaste”?

- “Minha filha! A tua vida Eu dirijo e esta Eu preservei. Porém o teu carro, eras tu a dirigi-lo. Eu te preveni do acidente. Cabia a ti o aliviar o pé do acelerador. Sendo sabedora do que estava por acontecer, porque não reduziste a velocidade, embora afivelaste o cinto de segurança”?

Sempre agimos assim. Deus está sempre a nos alertar pelos multimeios a nós disponibilizados. Deixamo-nos levar pela empolgação do momento. Quando dá tudo certo, até nos esquecemos de agradecer e devotar Lhe a honra e mérito devidos. Mas quando dá tudo errado, corremos logo a Ele, e com a cara mais lavada vimos cobrando: “Por que, Deus”!

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 24/04/2011
Reeditado em 24/04/2011
Código do texto: T2927461
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