O SER NECESSÁRIO.

Há uma razão para a procura do “Ser Necessário”. O homem precisa de respostas, as mais importantes quando se acende a luz de sua caminhada consciente, “De onde viemos. Para onde Vamos”. Essas interrogações se distanciam dos mais desinformados que vivem à margem da cultura mínima, mas mesmo assim, estão lá seus ídolos e mitos povoando suas mentes. Há o credo em alguma coisa Maior, um “Ser Necessário”.

Lucrécio, poeta romano, justificava esse anseio para preencher os medos e temores. No fim, creio fortemente, é a chama que pede que a maior chama não se apague, a vida. E a vida eterna não se extingue. Sobrepaira assim, uma dor moral da saudade de quem sabe que um dia desaparecerá, é como dizia Lamartine, “A saudade é um bem maior que a felicidade, porque é a felicidade que ficou...”.

Esse “Ser Necessário” desacreditado pelo evolucionismo encontra a maior força no agnosticismo, pois ele é a fronteira dos sábios que procuraram entender, rejeitando ou admitindo, na dúvida, o “Ser Necessário”.

Nesse limiar entre a crença e a pesquisa séria, não se encontram a cegueira da fé, que se explica como um salto no escuro, nem o radicalismo ateísta, também um mergulho abissal que recusa a lei científica da causalidade, a fenomenologia irrecusável de causa e efeito, do antecedente e do consequente.

Sou hoje um homem, que foi um adolescente, que foi um menino, que foi uma criança, que foi um bebê, que foi um nascituro, que foi resultado de dois gametas, espermatozóide e óvulo, que foram.....a vida surgida. Como, qual a causa antecedente da vida, quem a promoveu como motor inicial nessa sequência em digressão interminável?

E chegamos ao inigualável agnóstico Kant em sua “Razão Pura”.

“Se alguma coisa existe, também é preciso que exista um ser absolutamente necessário.Ora, eu pelo menos existo.Portanto existe um ser absolutamente necessário. A premissa menor contém uma experiência, a premissa maior infere de uma experiência em geral a existência do necessário. Então, a prova começa propriamente pela experiência, e por conseguinte não é propriamente deduzida “a priori” ou ontologicamente; e, como o objeto de uma experiência possível é o mundo, essa prova é chamada de prova “cosmológica”. Como de resto, ela faz abstração de toda propriedade particular dos objetos da experiência, pelas quais este mundo se distingue de qualquer outro possível, tal prova já se distingue, pelo seu próprio título, da prova físico-teológica, que utiliza como argumentos observações extraídas da constituição particular de nosso mundo sensível.Mas a prova vai ainda mais longe e infere que há somente uma forma de determinar o ser necessário, ou seja, que, de todos os predicados possíveis opostos, um só predicado pode determiná-lo, e, por conseguinte, precisa ser “completamente” determinado por seu conceito. Ora, só pode haver um conceito possível de uma coisa, que determine completamente essa coisa “a priori”, ou seja, o conceito do “ENS REALISSIMUM". Portanto, o conceito do ser “soberanamente real” é o único pelo qual um “ser necessário” possa ser concebido; ou seja, existe necessariamente um SER SUPREMO”. Caixas altas nossas.

Estamos diante do Ser Necessário, SUPREMO, o “Supremo Arquiteto” de Darwin, outro memorável agnóstico, o Pai Daquele que marca a todos. E foi a dúvida que eles abraçaram, que admite e inadmite, ao invés de recusa radical injustificável cientificamente.Rejeitaram o despreparado ateísmo-materialista, já que se o criacionismo não pode provar a existência do Ser Supremo, Necessário, o evolucionismo não tem como negá-lo nem como provar o surgimento da vida, nem muito menos negar a existência do Ser Necessário.

Bem fazem em dizer abraçando a dúvida, SABEMOS QUE DEUS É, NÃO O QUE É.

Não precisamos de forma, mas de uma pequena inteligência, miníma mesmo, como a dos rudes que creem, e do fenômeno da causalidade pontilhado de fé, para entender o SER NECESSÁRIO.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 23/04/2011
Reeditado em 23/04/2011
Código do texto: T2925914
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