Abandono Social
Alguma coisa tem de estar errada. Torceria muito para que fosse minha leitura rápida de nossa sociedade que estivesse errada, mas creio ter evidências que me parecem bem reais que dão sustentação a minha leitura deste mundo.
Vejo aqui, ali e acolá seres humanos abandonados socialmente. Mais me dói, quando percebo a enorme população de crianças sem suporte social e humano, envolvidas neste abandono social. Não que adultos e idosos não sejam merecedores de igual atenção, é evidente que sim, cada ser humano é um ser potencialmente merecedor de dignidade humana, mas minha mente sofre mais pelas crianças e pelos doentes, fraqueza minha talvez, não sei.
A pobreza e o abandono social estão dando vida a seres humanos que não possuem ideia do que é humanidade. Fome, desamor, sofrimento, falta de instrução... A estas pessoas faltam-lhe o básico, uma educação séria, uma instrução útil, suporte de saúde, garantia mínima de acesso a emprego digno e até mesmo segurança, sim segurança. Estas pessoas ficam assim ao total dispor para serem arregimentadas pelo lado negro da sociedade.
Agora o que me revolta é nossa capacidade de abstração deste problema. Convivemos com ele, lado a lado com nossas vidas, e fazemos vistas grossas para isto, até que por alguma fatalidade sofremos algo decorrente deste abandono social, aí gritamos aos sete ventos que o estado é incompetente para afastar (afastar é o que eu escutei hoje) estes pseudo humanos de nosso caminho. Me sinto um verme de ser da mesma espécie que prefere uma sociedade desunida e desumana (representando a máxima do liberalismo econômico de que vença o melhor, aos outros a sobra que lhes aprouverem), a uma forma verdadeira de equilíbrio social...
A sociedade que construímos, e que ajudamos a manter é nosso reflexo. Não adianta nos escondermos por detrás de falaciosas argumentações que tentam afastar de nós a culpa pela sociedade que ajudamos a manter. A sociedade somos nós mesmos. Somos nós que escolhemos nosso corpo político. Somos nós que indiretamente criamos nossas leis. Somos nós que apoiamos o sistema político e econômico que movimenta nosso país. Somos nós enfim que abdicamos do nosso direito de revolta contra este descaso social, simplesmente porque temos medo de perder o que possuímos e delegamos assim diligentemente ao estado a culpa pela não solução da condição de abandono e de pobreza que segrega uma multidão de abandonados sociais.
Nossa estupidez, nossa arrogância e nossa vaidade ainda vai nos afetar, pode não ser hoje, pode não ser amanhã..... Muitos reconhecem sua fraqueza por não assumir uma posição ativa nesta luta, muitos sofrem calados por este abandono, mas o mundo é real, sem ação não haverá reação, e somente um comportamento ativo, lúcido e coerente podem transformar esta nossa sociedade em um lugar mais humano e mais digno para todos...
Alguma coisa tem de estar errada. Torceria muito para que fosse minha leitura rápida de nossa sociedade que estivesse errada, mas creio ter evidências que me parecem bem reais que dão sustentação a minha leitura deste mundo.
Vejo aqui, ali e acolá seres humanos abandonados socialmente. Mais me dói, quando percebo a enorme população de crianças sem suporte social e humano, envolvidas neste abandono social. Não que adultos e idosos não sejam merecedores de igual atenção, é evidente que sim, cada ser humano é um ser potencialmente merecedor de dignidade humana, mas minha mente sofre mais pelas crianças e pelos doentes, fraqueza minha talvez, não sei.
A pobreza e o abandono social estão dando vida a seres humanos que não possuem ideia do que é humanidade. Fome, desamor, sofrimento, falta de instrução... A estas pessoas faltam-lhe o básico, uma educação séria, uma instrução útil, suporte de saúde, garantia mínima de acesso a emprego digno e até mesmo segurança, sim segurança. Estas pessoas ficam assim ao total dispor para serem arregimentadas pelo lado negro da sociedade.
Agora o que me revolta é nossa capacidade de abstração deste problema. Convivemos com ele, lado a lado com nossas vidas, e fazemos vistas grossas para isto, até que por alguma fatalidade sofremos algo decorrente deste abandono social, aí gritamos aos sete ventos que o estado é incompetente para afastar (afastar é o que eu escutei hoje) estes pseudo humanos de nosso caminho. Me sinto um verme de ser da mesma espécie que prefere uma sociedade desunida e desumana (representando a máxima do liberalismo econômico de que vença o melhor, aos outros a sobra que lhes aprouverem), a uma forma verdadeira de equilíbrio social...
A sociedade que construímos, e que ajudamos a manter é nosso reflexo. Não adianta nos escondermos por detrás de falaciosas argumentações que tentam afastar de nós a culpa pela sociedade que ajudamos a manter. A sociedade somos nós mesmos. Somos nós que escolhemos nosso corpo político. Somos nós que indiretamente criamos nossas leis. Somos nós que apoiamos o sistema político e econômico que movimenta nosso país. Somos nós enfim que abdicamos do nosso direito de revolta contra este descaso social, simplesmente porque temos medo de perder o que possuímos e delegamos assim diligentemente ao estado a culpa pela não solução da condição de abandono e de pobreza que segrega uma multidão de abandonados sociais.
Nossa estupidez, nossa arrogância e nossa vaidade ainda vai nos afetar, pode não ser hoje, pode não ser amanhã..... Muitos reconhecem sua fraqueza por não assumir uma posição ativa nesta luta, muitos sofrem calados por este abandono, mas o mundo é real, sem ação não haverá reação, e somente um comportamento ativo, lúcido e coerente podem transformar esta nossa sociedade em um lugar mais humano e mais digno para todos...