A CRUEL DEPENDÊNCIA DO HOMEM

Lêda Torre

O homem, sendo um bípede, na sua inquietude animalesca anima ou destrói as coisas ao seu redor. Expulso de um paraíso perdido, desde então ficou ainda mais carente e dependente de tudo, ainda mais, de DEUS.

Transformou-se pela sua fraqueza,num fraco ser, que passou a depender de tudo: do ar para respirar, da água para beber, do alimento para saciar a sua fome, da terra para tudo lhe produzir, do sol, de um trabalho, da mulher para lhe servir e amá-la, de um teto,do transporte, da saúde, do remédio, dos vícios, da corrupção para alimentar-lhe sua ambição e seus males, da própria vida para viver.

Seria tudo muito mais fácil, como o PAI queria e como Deus havia projeto per si. Porém, sua irresponsável curiosidade, o fez ceder ao pecado, à lamúria, à pobreza de espírito, à mania de ser Maria vai com as outras, à violência, ao instinto animal de matar seu semelhante, aos demais desejos mórbidos que infelizmente o ser humano tende a carregar.

Entretanto, no seu orgulho impávido e petulante, ele insiste em se achar poderoso, senhor de si, “o criador”, o provedor, o único animal pensante. Mas, basta uma pequena dor que, ele se abate logo; a tal ponto de entregar-se por inteiro como se ali nada pudesse fazer.

Todavia, com o passar dos anos, perde aos poucos aquela beleza tão decantada, sua tez fica cheia de rugas, de expressões do tempo, perde a sua viril vontade de macho que tanto o orgulhava, passa a ser um ser esporádico em todos os seus atos, nem mesmo a sua palavra permanece firme, oscila muito, nem ele mesmo mais sabe o que quer.

Cadê aquele poderio todo? Cadê sua hombridade, seu pulso forte? Infelizmente, um AVC por vezes o põe numa patética cadeira de rodas, ou na sustentação de uma forte muleta, nas mãos de uma caridosa esposa se tiver amor, ou nas mãos de uma enfermeira boa ou malvada, podendo ser faca de dois gumes, mas...nem por isso deixa de arrotar até pelos cotovelos, a soberba, a grosseria, a indiferença, e essa é só uma parte da dependência ....

_______________São Luis, 11 de abril de 2011____________